"O melhor café é o da Brasileira." O emblemático "slogan" da famosa cafetaria da Rua de Sá da Bandeira, no Porto, fechada há mais de três anos, vai voltar a brilhar na fachada do edifício. Já não será apenas café, espaço a ser integrado num hotel de cinco estrelas, a inaugurar no final do próximo ano.

As obras de transformação deste edifício da baixa portuense em Hotel A Brasileira devem arrancar já no início deste Verão, avança a empresa promotora, em comunicado.

A futura unidade hoteleira, propriedade do empresário António Oliveira, ex-seleccionador nacional de futebol, "vai beneficiar de uma parceria de apoio à gestão celebrada entre aquele empresário e o grupo de Dionísio Pestana, integrando os canais de distribuição do maior grupo hoteleiro nacional". 

O promotor garante que irá preservar as características da fachada e a imagem das salas do rés-do-chão com a sua traça original, num projecto desenvolvido pela equipa de arquitectura do Gabinete APPEL, liderado pelo arquitecto Ginestal Machado.

Este cinco estrelas terá 90 quartos, incluindo quatro suites, bar, "health club", ginásio e um pátio interior com um jardim vertical. Para além da cafetaria, o Hotel A Brasileira será dotado de um restaurante, com capacidade para mais de uma centena de pessoas, que deverá manter-se fiel ao desenho original do arquitecto Januário Godinho.

O Hotel A Brasileira será a terceira unidade do grupo Pestana  na cidade do Porto,  onde já opera o Vintage Porto Hotel & World Heritage Site e o Pestana Palácio do Freixo Pousada & National Monument.

Localizado no gaveto da Rua do Bonjardim com a Rua Sá da Bandeira, o espaço comercial de "A Brasileira" foi fundado em 1903 por um antigo farmacêutico da Rua do Bonjardim, Adriano Teles, que, de regresso ao Porto após ter estado emigrado vários anos em Minas Gerais, no Brasil, decidiu criar uma marca própria de café. Durante 13 anos, Teles ofereceu um café a quem comprasse um saco de grãos de café.

Café emblemático da cidade, frequentado por políticos, artistas e jornalistas desde os anos 50, até que fechou no início de 2013, quando se encontrava arrendado ao "Caffé di Roma", tendo o espaço sido reclamado pelo BPI por causa de uma dívida do proprietário do edifício.