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O crédito às empresas vai aumentar?

O problema está identificado há muito, mas o período de ajuda a Portugal só adensou a questão e acrescentou--lhe uma variável. À míngua de crédito actualmente disponível para as empresas portuguesas, adicionaram- -se as taxas de juro cobradas, em alguns casos no limiar dos dois dígitos.

27 de Dezembro de 2012 às 10:00
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O problema está identificado há muito, mas o período de ajuda a Portugal só adensou a questão e acrescentou--lhe uma variável. À míngua de crédito actualmente disponível para as empresas portuguesas, adicionaram- -se as taxas de juro cobradas, em alguns casos no limiar dos dois dígitos.

Comparando as empresas portuguesas com concorrentes do Norte e do Centro da Europa, que se financiam, em muitos casos, a taxas de 2% ou 3%, verifica-se uma desvantagem comparativa muito larga. Há, também, quem defenda que a banca tem dinheiro para emprestar às empresas, mas que não encontra no mercado clientes que lhe dêem garantias de que vão receber de volta o dinheiro dos seus empréstimos.

O Governo tem feito esforços para tentar diminuir esta falha do mercado, através do lançamento de várias linhas de apoio à economia, como é o caso das PME Crescimento. A última valia 1,5 mil milhões de euros, mas a procura levou a um reforço de mil milhões de euros. Prometida está já uma outra linha com mais dois mil milhões de euros. Alguns empresários questionam a eficácia deste instrumento, na medida em que muito deste dinheiro não chega à economia ao ficar retido no banco para reestruturar dívidas antigas.

Há, ainda, o Investe QREN, com mil milhões de euros, ou uma linha de capitalização de PME com apoio da Caixa Geral de Depósitos de 500 milhões de euros, entre outros veículos de financiamento. É o caso das emissões de obrigações agrupadas para lançar no mercado.

 

 

Banca diz ter crédito para bons projectos

"Não temos nenhum problema em dar crédito, mas tragam-nos operações de crédito. Eu imploro". A afirmação de Fernando Ulrich, presidente do BPI, ilustra a perspectiva da banca face às críticas das empresas de que não conseguem ter acesso a financiamento bancário.

O sector financeiro recusa a ideia de que há uma contracção severa de crédito à economia - que o Banco de Portugal já admitiu existir - e contrapõe que o problema é a falta de procura de empréstimos por parte do tecido empresarial. Os banqueiros têm garantido que têm disponibilidade para financiar bons projectos, designadamente de empresas de sectores de bens transaccionáveis. Ainda assim, a falta de crédito às empresas é uma das maiores preocupações da troika.

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