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Lucros da Sonae caem 42% para 69 milhões no primeiro semestre

O grupo liderado por Cláudia Azevedo faturou 3,8 mil milhões de euros na primeira metade do ano, um crescimento homólogo de 11,6% suportado sobretudo pela MC e a Worten, com “o esforço para as apoiar as famílias” a constituir uma das justificações dadas para a redução do lucro.

José Gageiro
27 de Julho de 2023 às 18:29
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A Sonae registou um resultado líquido atribuível aos acionistas de 69 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que traduz uma diminuição de 41,6% face ao mesmo período do ano passado, "em consequência do esforço para apoiar as famílias, do aumento dos custos de financiamento e impostos, bem como do contínuo investimento na expansão e digitalização dos negócios", justifica o grupo sediado na Maia, esta quinta-feira, 27 de Julho, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Entre janeiro e junho, as vendas da dona dos hipermercados Continente registaram um crescimento homólogo de 11,6% para 3,83 mil milhões de euros, tendo o EBITDA aumentado 9,5% para 350 milhões de euros, verificando-se uma redução da margem de 0,2 pontos percentuais para 9,1%.

 

Em termos relativos, a performance do grupo Sonae no segundo trimestre foi muito semelhante à registada nos primeiros três meses deste ano.

 

Em síntese, "no segundo trimestre do ano, e apesar do volátil ambiente macroeconómico e de contextos competitivos desafiantes, a Sonae registou um desempenho globalmente muito positivo", começa por afirmar a CEO, Cláudia Azevedo, na mensagem que acompanha a apresentação de contas do grupo relativas à primeira metade de 2023.

O aumento das vendas do grupo foi "impulsionado, sobretudo, pelo forte desempenho da MC e da Worten", com o negócio do Continente e afins a facturar mais de três mil milhões de euros, o que traduz um aumento homólogo de 13,1%, enquanto o retalho de electrónica fechou o primeiro semestre com uma faturação de 557 milhões de euros, mais 6,9% do que há um ano.

A Zeitrel, que corporiza o retalho de moda, baixou ligeiramente as vendas para 171 milhões de euros, enquanto no retalho de desporto, de onde a Sonae está de saída, a faturação aumentou 20% para 740 milhões de euros.

"No setor imobiliário, a Sierra continuou a registar vendas dos lojistas dos seus centros comerciais acima dos níveis pré-pandemia, uma clara demonstração da resiliência e elevada qualidade dos nossos ativos, tendo, em simultâneo, expandido a sua atividade de serviços para novos setores e países", destaca Cláudia Azevedo.

No caso da Nos, que registou uma subida das vendas de apenas 1% para 471 milhões de euros, "manteve a trajetória de melhoria do seu desempenho operacional, beneficiando dos investimentos realizados nos anos mais recentes para assegurar a melhor rede móvel de telecomunicações em Portugal, bem como da recuperação do negócio dos cinemas", enfatiza a CEO da Sonae.

Investimento de 684 milhões com expansão dos negócios e aquisições

 

O investimento consolidado da Sonae atingiu os 684 milhões de euros no último ano, mais 22% do que nos 12 meses anteriores, dos quais 406 milhões foram aplicados em investimento operacional e os restantes 278 milhões em aquisições e reforço de participações em negócios e empresas.

 

Prosseguindo com a sua "estratégia ativa de gestão de portefólio", nomeadamente através de parceiras e aquisições, a Sonae MC celebrou um acordo com os acionistas fundadores da Druni e da Arenal para a combinação das duas empresas - com conclusão esperada para o segundo semestre deste ano -, a qual criará "um operador líder no segmento de saúde, bem-estar e beleza na Ibéria".

 

Por sua vez, a Bright Pixel, braço de investimento tecnológico do grupo Sonae, que conta já com mais de 40 empresas no seu portefólio, realizou três novos investimentos no segundo trimestre deste ano, totalizando seis ao longo da primeira metade de 2023.

 

De recordar que, no início deste ano, a Sonae tinha já adquirido a restante participação de 10% na Sierra e chegado a um acordo com o Bankinter Consumer Finance para uma parceria 50/50% para "a criação de um operador líder de crédito ao consumo em Portugal".

 

Entretanto, já neste mês de julho, a Sonae anunciou que vai sair da aliança de moda desportiva Iberian Sports Retail Group (ISRG), que integrava ainda os britânicos do JD Group e a família Segarra (espanhóis da Balaiko, donos da Sprinter).

 

A venda dos seus 30% na ISRG irá permitir ao grupo liderado por Cláudia Azevedo um encaixe financeiro de 300 milhões de euros e uma mais-valia estimada de 175 milhões.

 

A Sonaecom também adquiriu a participação direta da Sonae na Nos por 213 milhões de euros, detendo atualmente 37,37% do capital social da empresa de telecomunicações.

Cláudia "confiante" no futuro de um grupo com "um elevado nível de liquidez"

 

"Apesar deste investimento, a dívida líquida reduziu, em termos homólogos, [de 1.103] para 1.067 milhões de euros", realça a Sonae.

 

"Consequentemente, o grupo mantém uma sólida posição financeira, com uma alavancagem baixa, um elevado nível de liquidez disponível e um bom perfil de maturidade da dívida", remata.

 

"Olhando para o futuro, estou confiante que o nosso portefólio de negócios líderes e a nossa forte ambição, juntamente com a nossa sólida posição financeira, garantem à Sonae a capacidade para responder às necessidades de todos os nossos ‘stakeholders’ e criar valor económico e social para todos", conclui Cláudia Azevedo.



(Notícia atualizada às 18:36)

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