Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Sindicato diz que Sporting "não soube garantir" segurança dos jogadores

O presidente dos Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, Joaquim Evangelista, afirmou hoje à Lusa que o Sporting "não soube evitar e garantir as condições de segurança", referindo que os atletas estão "muito abalados".

Mário Cruz/Lusa
15 de Maio de 2018 às 21:10
  • ...

"Em primeiro lugar importa repudiar estes actos. Este grupo de criminosos que invadiu as instalações do Sporting, e o Sporting não soube evitar e garantir as condições de segurança aos jogadores, merecem a nossa condenação", disse em declarações à agência Lusa.

 

Joaquim Evangelista defendeu que os jogadores estão "inseguros e convencidos que não têm condições para exercer a sua profissão".

 

"Apelamos às autoridades e ao Sporting que restabeleça as condições de segurança para os profissionais de futebol e equipa técnica. Choca-me ver jogadores agredidos. Vi as imagens do Bas Dost e falei com os jogadores e o sentimento comum é de revolta e de insegurança. Psicologicamente os jogadores estão muito fragilizados", afirmou.

 

Joaquim Evangelista disse que já falou com os jogadores depois dos acontecimentos na Academia em Alcochete e que estes estavam "muito, muito abalados" com o que aconteceu, explicando que são seres humanos e que "quem é alvo de uma abordagem destas pensa duas vezes".

 

Durante a tarde de hoje, cerca de meia centena de indivíduos, de cara tapada, alegadamente adeptos 'leoninos', invadiram a Academia de Alcochete e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic, assim como o treinador Jorge Jesus.

 

Fonte da GNR confirmou à Lusa estar a proceder à "identificação presencial de indivíduos que presumivelmente estiveram envolvidos" na ocorrência, recusando confirmar se foram efectuadas detenções no local ou nas imediações.

 

A equipa principal do Sporting cumpria o primeiro treino da semana, depois da derrota no terreno do Marítimo (2-1), que relegou a equipa para o terceiro lugar da I Liga, iniciando a preparação para a final da Taça de Portugal, no domingo, frente ao Desportivo das Aves.

 

O presidente do sindicato explicou que tem acompanhado há algum tempo a situação dos jogadores do Sporting, defendendo que "já se adivinhava, de alguma forma, uma situação destas".

 

"É grave que alguém que seja responsável não antecipe estes problemas. A situação é grave, exige uma tomada de posição muito forte dos responsáveis desportivos e das autoridades", frisou, salientando que os responsáveis devem ser "identificados e responder pelos actos".

 

Joaquim Evangelista defendeu que os jogadores estavam "motivados para dar uma satisfação aos adeptos". "Ninguém estava satisfeito com a derrota do último fim-de-semana e queriam, de facto, dar aos adeptos essa satisfação e depois acontece isto. Neste momento a vontade dos jogadores é desaparecer, sair deste filme", disse.

 

Sobre as questões jurídicas, relacionadas com possíveis rescisões de contratos, Joaquim Evangelista recusou comentar, explicando que esse será um assunto a tratar pelos jogadores. "É um assunto a tratar com os jogadores, se os jogadores decidirem tomar alguma posição, vão fazê-lo oportunamente. Quero manifestar disponibilidade e solidariedade com os jogadores, que terão todo o nosso apoio", defendeu.

 

A terminar, o presidente do sindicato salientou que o futebol português não pode pactuar com estas situações. "Tem de haver consequências e os responsáveis que alimentam este clima têm que ser responsabilizados e dar a cara. Os adeptos do Sporting têm de apoiar os jogadores e condenar o que se está a passar", concluiu.

Ver comentários
Saber mais Sporting Rui Patrício Joaquim Evangelista Bas Dost Acuña Alcochete Academia de Alcochete William Carvalho Battaglia Misic Jorge Jesus desporto futebol Taça de Portugal
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio