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SAD ao ataque apesar das defesas limitadas

As SAD dos três grandes estão cada vez mais agressivas nos custos com o pessoal e, excluindo o Benfica, têm resultados sem venda de jogadores negativos. Em seis meses, gastaram mais de 100 milhões de euros com pessoal. O passivo supera os mil milhões.

49.º - Luís Filipe Vieira. Negócio do Benfica TV e guerra com Joaquim Oliveira são sinal do seu poder crescente.
Correio da Manhã
07 de Março de 2017 às 07:00
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Há treinadores que dizem que as equipas se começam a construir a partir da defesa. Mas no que toca à gestão financeira das SAD, no primeiro semestre da temporada 2016/2017, os três grandes estiveram ao ataque no que diz respeito aos investimentos nas equipas. Isto apesar das defesas financeiras estarem em situações débeis.

Entre o início de Julho e o final de Dezembro a factura com pessoal dos três grandes superou os 100 milhões de euros. Uma subida de 16%, equivalente a 14 milhões de euros, face ao mesmo período do ano anterior, que traduz uma ofensiva para manter as equipas competitivas.
O maior acréscimo com os custos com pessoal aconteceu na Sporting SAD. Aumentaram quase 35% para 31,5 milhões de euros. Gasta mais que os rivais do Benfica, que tiveram uma factura salarial de 30,4 milhões de euros, uma subida de 15%. Já os custos com pessoal da SAD do Porto subiram 6% para 38,9 milhões de euros.

Ainda assim, o acréscimo global com os custos com pessoal ocorreu em simultâneo com uma subida das receitas, que aumentaram em 22% para 177 milhões.

Defesas frágeis
Mas a táctica de ataque para ganhar nos relvados não chega com uma defesa financeira sólida, mesmo com a melhoria das receitas. À excepção do Benfica, o desempenho operacional das SAD, excluindo vendas de jogadores, é negativo. A SAD do Porto teve um prejuízo operacional, excluindo direitos de atletas,  de 4,97 milhões de euros. Os verde e brancos perderam 1,37 milhões de euros. Já o Benfica reportou um resultado operacional sem direitos de atletas de 18,1 milhões de euros.

Para compensar os desequilíbrios operacionais as SAD precisam  de vender jogadores ou de recorrer a mais crédito, ou uma combinação das duas. Até porque os passivos são elevados e continuam, em termos acumulados, a aumentar. Eram, no final de Dezembro, de 1.077 milhões de euros. O Benfica continua a ter o maior passivo. Situou-se em torno de 435 milhões de euros. Ainda assim, em seis meses foi reduzido em 4,5%. Já o passivo da Porto SAD subiu quase 8% para 377,5 milhões de euros. Na SAD leonina, o passivo subiu 6,5% para 265 milhões.

Mas se em termos de folha salarial, a SAD do Sporting aumentou o grau de agressividade, foi a única a contabilizar ganhos significativos com direitos de atletas. As vendas de João Mário e Slimani permitiram mais-valias com transacções de atletas de 60,6 milhões de euros, o que ajudou o resultado líquido a bater um recorde, ao situar-se em 46,5 milhões de euros.

Já a SAD dos encarnados reportou um prejuízo de 6,5 milhões de euros com direitos de atletas, indicando que as vendas de Gonçalo Guedes e Hélder Costa só serão incorporadas no segundo semestre. O resultado líquido da SAD foi, contudo, de 2,5 milhões de euros.

Também a SAD do Porto seguiu uma política de não vender no primeiro semestre, com as rubricas relacionadas com passes de jogadores a terem um valor negativo de 16,8 milhões, atirando os azuis e brancos para um prejuízo de 29,6 milhões de euros nos primeiros seis meses da temporada.
Os resultados dos três grandes foram alvo de ênfases por parte dos auditores, devido aos passivos correntes serem superiores aos activos correntes. No caso do Porto, o auditor acrescenta ainda que se encontra "em incumprimento com os requisitos do "break-even"’, definidos pela UEFA para o "fair play" financeiro.

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