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PWC diz que rescisões ameaçam continuidade das operações do Sporting

A auditora da Sporting SAD calcula em 16,5 milhões de euros o impacto das rescisões no activo, resultando numa redução dos capitais próprios para 9 milhões negativos.

Rita Faria afaria@negocios.pt 19 de Junho de 2018 às 07:48

A PWC, auditora da Sporting SAD, acredita que as rescisões de contrato por parte de nove jogadores do clube, na sequência dos incidentes em Alcochete, representam uma "ameaça concreta" à continuidade das operações da SAD.

Num comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a PWC explicita que essa ameaça decorre da impossibilidade de realização do valor de venda destes activos, o que terá impacto na gestão do risco de liquidez da Sporting SAD.

"Na sequência das recentes rescisões de contratos de trabalho desportivo de jogadores da Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD ("Sporting SAD" ou "Sociedade"), considerados como sendo dos mais valiosos em termos de mercado, e do consequente impacto na gestão do risco de liquidez da Sporting SAD, em virtude da impossibilidade de realização do valor de venda dos referidos activos no curto prazo e dos impactos conexos na actividade da Sociedade, constatamos existir a esta data uma ameaça concreta em relação à continuidade das operações da Sporting SAD, para além das menções relatadas anteriormente nas Certificações Legais das Contas e Relatórios de Auditoria por nós emitidos", refere a auditora no comunicado.

Reportando às últimas contas publicadas pela SAD do Sporting, a 31 de Março, a PWC calcula que a saída dos nove jogadores do clube de Alvalade tem um impacto de 16,5 milhões de euros no activo, ou 6% do total, resultando numa redução dos capitais próprios de 7,5 milhões de euros para cerca de 9 milhões negativos.

O conselho de administração, por seu lado, considera que a continuidade das operações se encontra "assegurada", estando a trabalhar no sentido de promover as "operações necessárias à melhoria da performance económico-financeira", nomeadamente através do crescimento das principais linhas de receita, controlo dos gastos operacionais e procura dos melhores negócios de venda de direitos desportivos e federativos de jogadores.

"Por outro lado, é expectável que tais rescisões, aliadas às revogações por mútuo acordo com a equipa técnica, determinem uma descida acentuada dos gastos com pessoal; ademais, o Conselho de Administração considera ilícitas as rescisões contratuais apresentadas pelos jogadores, por inexistência de justa causa, pelo que procurará responsabilizar tais jogadores e os Clubes com os quais os mesmos celebrem contrato de trabalho, pelos danos e prejuízos sofridos, tendo a expectativa de ser, em consequência, devidamente ressarcido", acrescenta o comunicado.

Desde a invasão da Academia de Alcochete, nove jogadores rescindiram o seu contrato com o Sporting alegando justa causa: Rui Patrício, Daniel Podence, Bruno Fernandes, William Carvalho, Gelson Martins, Bas Dost, Rodrigo Battaglia, Rafael Leão e Rúben Ribeiro.

Sporting tranquiliza com apoio da banca

No mesmo comunicado, o Sporting recorda a reestruturação financeira acordada em 2014 com os bancos financiadores, argumentando que a "a continuidade das operações da Sociedade se encontra assegurada também por esta via".

Em concreto, segundo a SAD do Sporting, poderão ser concretizados o aumento do capital social num montante total de 18 milhões de euros e uma nova emissão de VMOC – valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis – subscrita pelo Novo banco e pelo Millennium BCP, no montante global de 55 milhões de euros, a emitir em moldes idênticos à emissão de 80 milhões.

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