Notícia
Teixeira Duarte agrava prejuízos para 19,9 milhões
Retração da economia devido à pandemia e desvalorização cambial resultaram numa redução dos proveitos do grupo de 13,9% na primeira metade do ano. Em Portugal, a Teixeira Duarte cresceu 36% no imobiliário e contraiu 29% na hotelaria.
A Teixeira Duarte registou prejuízos de 19,9 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que revela um agravamento de quase 267% face às perdas de 5,4 milhões apresentadas no mesmo período do ano passado.
Em comunicado, a construtora revela que os proveitos operacionais recuaram na primeira metade deste ano 13,9% para 310,5 milhões de euros, com o volume de negócios a fixar-se nos 259 milhões de euros (menos 18,7% em termos homólogos), para os quais os mercados externos contribuíram com 65,4%, abaixo dos 67,5% do que pesavam há um ano.
O grupo explica a quebra dos proveitos com a "retração da economia afetada pela continuada situação de pandemia", assim como com "a desvalorização do kwanza angolano e do real brasileiro". Sem o efeito da desvalorização das moedas com que o grupo opera, refere, a redução de atividade teria sido de 5,5%.
Em Portugal, a atividade do grupo cresceu 2,6%, fixando-se em 135,8 milhões de euros, destacando a Teixeira Duarte o crescimento de 36,4% no setor imobiliário. Por outro lado, ainda reflexo da situação pandémica, o setor da hotelaria contraiu 29,3% face ao período homólogo.
De acordo com o relatório intercalar de gestão relativo aos primeiros seis meses de 2021, por mercados as maiores quebras do volume de negócios foram registadas em Espanha (-66,6%), e na Argélia (-65,4%), enquanto em Portugal o recuo foi de 13,7% e em Angola de 11,4%. Apenas em Moçambique o grupo registou crescimento, de 16,8%.
Por setores de atividade, em termos globais, a Teixeira Duarte registou uma quebra dos volume de negócios na construção de 6,3%, fixando-se nos 153,6 milhões de euros, dos quais 68,7 milhões em Portugal.
Nas concessões e serviços o recuo foi de 29,4%, no imobiliário de 69% e na distribuição de 32,5%. Já na hotelaria o grupo conseguiu crescer 32,5% e no automóvel 25,4%.
Os gastos operacionais diminuiram até junho 9,9% para 284,9 milhões. O EBITDA recuou, assim, 42% para 25,6 milhões.
A dívida financeira líquida do grupo era no final de junho de 706 milhões de euros, o que revela um aumento de mais de 12 milhões de euros, o que justifica pelas variações cambais, já que sem esse efeito o aumento da divida financeira líquida teria sido de 15 milhões de euros.
"Para este aumento contribuiu o investimento imobiliário em curso, a capitalização dos juros
decorrentes do acesso às moratórias legalmente concedidas ao abrigo da situação de pandemia, assim como a utilização de parte do adiantamento recebido no âmbito da empreitada em curso no Koweit", refere o grupo no documento. A autonomia financeira fixou-se em 14,2%.
A carteira de encomendas da Teixeira Duarte para o setor de construção era, no final de junho, de 1.390 milhões de euros.
Em termos de perspetivas até ao final do ano, a empresa salienta que considerando o impacto da situação de pandemia na atividade em algumas geografias em que opera, prevê atingir rendimentos operacionais consolidados para 2021 de cerca de 650 milhões de euros.