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Haitong: Novo aeroporto pode levar Mota-Engil a adiar venda da Lusoponte

O banco de investimento dá conta, numa apresentação publicada esta terça-feira, 17 de Janeiro, que a construtora poderá adiar a venda da concessão das pontes sobre o Tejo, que não esteve incluída nos activos da Ascendi alienados em Agosto.

O Haitong avalia as acções da Mota-Engil em 2,00 euros, o que implica um potencial de valorização 40%. A recomendação é de neutral.

O banco de investimento assinala que a Mota-Engil expandiu a sua actividade para África e América Latina, que são agora os seus mercados mais importantes. No final do primeiro semestre a construtora tinha uma carteira de encomendas de 4,6 mil milhões de euros, com a o mercado europeu a ter um peso de apenas 20%. O Haitong estima que a dívida líquida de 1,5 mil milhões de euros desça nos próximos tempos devido à venda da Ascendi. “Contudo, a companhia ainda não conseguiu atingir um crescimento orgânico no seu ‘cash flow’ de forma a mostrar que pode reduzir a alavancagem de uma forma sustentada”, refere o Haitong, assinalando que apesar do potencial de valorização, a recomendação é neutral devido à “necessidade de uma maior clareza sobre as encomendas em África”.
Bruno Simão
17 de Janeiro de 2017 às 13:22
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A construção de um novo aeroporto em Lisboa, uma obra que o actual Governo quer iniciar em 2019 e que poderá ser localizado no Montijo, poderá levar ao adiamento da venda da posição da Mota-Engil na Lusoponte.

A Haitong (antigo BESI) refere numa apresentação que o grupo construtor pondera não avançar com a venda das concessões sobre o Tejo no âmbito da alienação da Ascendi, que a construtora liderada por Moura Martins (na foto) detinha em conjunto com o Novo Banco. A Ascendi e a Mota fecharam a venda de vários activos da Ascendi em Agosto do ano passado, ao fundo Ardian, por cerca de 600 milhões de euros, mas a Lusoponte ficou excluída, como o Negócios noticiou na altura.


"A Mota-Engil diz que é possível que a venda da Lusoponte seja adiada e isto poderá estar relacionado com a potencial decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa. Recordamos que se um aeroporto adicional (para operadores low cost) for construído na margem sul do Tejo, o tráfego das pontes que estão na concessão da Lusoponte iria provavelmente aumentar e o valor da concessão também", salienta o mesmo documento, que foi resultado da conferência ibérica da Haitong.

Contactada pelo Negócios, a Mota-Engil, liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) não quis comentar este relatório, recordando apenas que "não esteve equacionada nas negociações [de venda da Ascendi] a alienação da participação na Lusoponte onde somos um accionista de referência".


O mesmo documento refere que "o recebimento de dividendos da venda de uma parte da Ascendi deverá ocorrer este mês".


A Ascendi foi criada para agregar as participações da Mota e do grupo Espírito Santo (agora Novo Banco) na área das concessões de infra-estruturas de transporte, prestação de serviços de operação e manutenção e de serviços de cobrança de portagens. A sociedade detém 38,02% da Lusoponte.

As acções da Mota-Engil caem 1,31% para 1,58 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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