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Construção alerta para queda de 60% nos Vistos Gold

Em Abril o número de pedidos de Vistos Gold caiu cerca de 60% face ao mês anterior, uma quebra que se reflectiu no total do investimento captado por esta via – menos 59% face a Março. Para o sector do imobiliário, os números são “preocupantes” e a culpa é da burocracia.

Miguel Baltazar/Negócios
12 de Maio de 2017 às 13:24
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Pelas contas da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), até ao final de Abril foram concedidas 5.003 Autorizações de Residência para Investimento (ARI) , leia-se, Vistos Gold. Apenas em Abril, o número ascendeu a 122, o que significa uma quebra de 60% no número total de vistos concedidos, quando comparado com os do mês anterior.

 

Esta redução está a fazer acender luzes vermelhas entre o sector do imobiliário, já que os Vistos Gold implicam, na sua maioria, investimentos nessa área. Segundo a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), "O investimento em imobiliário nacional continua a representar a esmagadora maioria dos volumes captados, com 71 milhões de euros, ou seja, 91%, totalizando 2,77 mil milhões de euros desde o início deste Programa". Ora, em Abril registaram-se 78 milhões, uma variação negativa de 59% face aos 192 milhões de euros contabilizados no mês anterior.

 

Em comunicado, Reis Campos, Presidente da CPCI, refere que "este é um assunto que está a ser visto com alguma apreensão por parte do mercado, uma vez que se trata de uma quebra que ocorre, precisamente, após um excelente primeiro trimestre e num momento em que o imobiliário dá sinais positivos de consolidação".

 

E sublinha, ainda, que "Espanha conseguiu ultrapassar Portugal em matéria de captação de investimentos, com um total de 1,1 mil milhões, em 2016, valor que já supera largamente os nossos 873 milhões". Isso significa que , "perdemos uma liderança à escala europeia, que se traduzia numa grande mais-valia para o nosso País", realça.

 

A burocracia para a concessão de vistos estará na origem da diminuição, acreditam os representantes do sector imobiliário. Luís Lima, da APEMIP está convencido que a tendência continuará a ser de quebra. "Os potenciais investidores têm já uma percepção negativa sobre este programa, devido aos constantes bloqueios burocráticos que enfrentam", afirma. A APEMIP garante que "os trabalhadores do SEF não têm tido mãos a medir para dar seguimento aos processos, uma vez que há pedidos a aguardar despacho há mais de 10 meses, e outros parados há mais de um ano". Atrasos que, sublinha Luís Lima, contribuem para uma quebra de confiança que faz com que os investidores estrangeiros procurem alternativas mais rápidas em outros países.

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