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Confederação da construção e imobiliário quer impostos suspensos até dezembro

A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) alertou hoje para as consequências "já muito significativas" da covid-19 no setor e pediu a suspensão de impostos até dezembro e apoios para os encargos com o pessoal.

Mariline Alves
24 de Março de 2020 às 18:02
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"A CPCI alerta para os impactos do surto pandémico nas empresas de uma fileira que, no seu conjunto, representa mais de 600 mil postos de trabalho [...]. Apesar de ainda não ser possível apurar a real dimensão desta situação extraordinariamente séria e grave, as consequências imediatas sobre a generalidade das empresas são já muito significativas", indicou, em comunicado, a confederação.

Neste sentido, a CPCI defendeu a suspensão do pagamento de impostos até dezembro, incluindo o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e o adicional ao IMI, a atribuição de apoios financeiros para os encargos com o pessoal, bem como a criação de uma linha de crédito específica para a construção e imobiliário, com uma taxa máxima de 1% de juros.

Para a confederação, a gestão das empresas e dos seus trabalhadores não pode continuar a ser uma "sucessão de decisões caso a caso, de resolução de problemas 'ad hoc', sem mecanismos efetivos de apoio imediato", devendo Portugal, à semelhança de outros governos europeus, anunciar "medidas fortes" para o setor.

A confederação da construção e do imobiliário disse ainda que já alertou o Governo para os efeitos desta crise, que poderá conduzir a "um desastre absoluto" na fileira.

"O setor da construção deverá ser salvaguardado, dado que é um dos mais importantes motores da economia e do investimento, pela sua capacidade de, rapidamente, promover a retoma da atividade económica de Portugal", concluiu.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386.000 pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, há 33 mortes e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista mais 302 casos do que na segunda-feira.

Dos infetados, 203 estão internados, 48 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.

Além disso, o Governo declarou dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
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