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Associações empresariais da construção casam no Porto em 2019

As construtoras passam a ter uma voz única com a união das duas associações do sector, que é o maior empregador privado e vale um quinto do PIB nacional. A nova entidade terá sede no Porto e "estruturas fortes" em Lisboa e Faro.

António Larguesa alarguesa@negocios.pt 20 de Setembro de 2018 às 13:16

A AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas e a AECOPS – Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços assinaram esta quinta-feira, 20 de Setembro, um acordo de coligação que prevê a criação de uma única estrutura associativa representativa do sector em Portugal e no estrangeiro.

 

O noivado ainda vai durar "alguns meses", durante o qual as duas administrações vão preparar a integração plena, incluindo do ponto de vista legal –, mas o casamento ficou já marcado para 2019. A nova representante única das construtoras vai ter sede no Porto, cidade onde mora aquela que é a maior associação do sector (AICCOPN) – tem seis mil associados, contra os 800 pagantes da homóloga lisboeta – e é presidida por Manuel Reis Campos.

 

O processo de fusão e a designação da nova associação ainda terão de ser aprovados pelas respectivas assembleias-gerais, mas Reis Campos garante que "não será difícil, [pois] é essa a vontade" das empresas filiadas. "Nos últimos anos já houve uma cumplicidade na nossa actuação, que veio consolidar a ideia de que o caminho certo seria este", acrescentou Ricardo Pedrosa Gomes, líder da AECOPS, em referência ao trabalho e às posições conjuntas no âmbito da federação do sector (Fepicop).

Manuel Reis Campos lidera a maior associação do sector da construção e obras públicas.
Manuel Reis Campos lidera a maior associação do sector da construção e obras públicas. Miguel Baltazar



Em conferência de imprensa, no Porto, Reis Campos enumerou quatro motivos para a junção das duas estruturas, que têm os mesmos interesses e até alguns associados em comum. Em primeiro lugar, uma voz única dá "mais legitimidade" nas reivindicações. Por outro lado, a crise prolongada que numa década levou à perda de 37 mil empresas e 260 mil trabalhadores obrigou o sector a reestruturar e internacionalizar as operações, o que "exige um trabalho diferente" de quem as representa.

 

Após um período em que se "reduziu a intervenção do Estado" e acumularam "problemas da mão-de-obra clandestina e concorrência desleal", contribuir para a regulação do mercado é outra motivação, com o dirigente associativo a reclamar que "o acesso à actividade tem de ser mesmo para quem cumpre os deveres". Finalmente, esta união permitirá traçar mais facilmente uma estratégia global para o sector, que "corresponda à necessidade das empresas e em que o mercado e o poder político reconheçam".

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