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Bruxelas lança investigação ao negócio entre a Shazam e a Apple
A Comissão Europeia revela preocupações de que a compra da Shazam pela Apple possa prejudicar as escolhas dos consumidores e dar à empresa da maçã uma vantagem desleal através do acesso a dados de utilizadores.
A Comissão Europeia anunciou esta terça-feira, 24 de Abril, o lançamento de uma investigação formal à proposta de compra da aplicação de reconhecimento de músicas Shazam pela Apple.
Bruxelas quer analisar o negócio devido a preocupações de que esta aquisição possa prejudicar as escolhas dos consumidores e dar à Apple uma vantagem desleal através do acesso a dados de utilizadores.
Segundo o The Guardian, a aplicação Shazam foi descarregada mil milhões de vezes e é utilizada 20 milhões de vezes por dia. O sistema é capaz de identificar canções através de um smartphone e fazer a ligação a vários serviços de subscrição de música, o que significa que pode manter dados comercialmente sensíveis sobre os concorrentes da Apple e os seus utilizadores.
Sublinhando que a Apple Music se tornou o segundo maior serviço de streaming do mundo, a Comissão refere que "o acesso a esse tipo de dados pode permitir à Apple visar directamente os clientes dos seus concorrentes e encorajá-los a mudar para o Apple Music. Como resultado, os serviços concorrentes de streaming de música poderiam ser colocados em desvantagem competitiva".
Bruxelas também vai investigar se o negócio teria um efeito material sobre os concorrentes, se a Apple descontinuasse o encaminhamento do Shazam para sites como o Spotify e Dezer.
O negócio entre a Apple e a Shazam, anunciado em Dezembro, levou Bruxelas a lançar uma análise preliminar à proposta de aquisição dois meses depois, na sequência de um pedido apresentado por sete países europeus, incluindo França, Itália, Espanha e Suécia.
"A nossa investigação tem como objectivo garantir que os fãs de música vão continuar a desfrutar de ofertas atractivas de streaming de música e não terão menos opções devido à aquisição proposta", afirmou a comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager.