Notícia
Modelo de negócio da Primark ameaçado por inflação e custos da energia
Grupo que detém a retalhista alertou que os lucros vão cair no próximo ano fiscal devido às despesas de produção. Fala-se numa "volatilidade sem precedentes".
Uma das cadeias de roupa mais populares da Europa assenta grande parte do seu conceito e modelo de negócio na oferta de roupas a preços low cost. Esta realidade pode ser incompatível com a escalada imparável da inflação e dos preços da energia.
Segundo uma reportagem do "El Economista", a Associated British Foods (ABF), grupo que detém a Primark, alertou que os lucros vão cair no próximo ano fiscal devido aos custos de produção mais elevados e ao fortalecimento do dólar, moeda em que compra a maior parte das suas roupas. Isto enquanto a libra, moeda em que a marca apresenta seus resultados, está no seu valor mais baixo desde 1985. Na passada semana, ações do grupo já estiveram a cair 8% depois desse anúncio.
O jornal adianta que a cadeia, a recuperar da pandemia (não há lojas online) e a acusar o embate dos custos, vive uma "volatilidade sem precedentes", palavras do CFO cessante da ABF John Bason, à Bloomberg.
É esperado que a sua margem operacional caia no próximo ano e algumas linhas, como a de regresso às aulas, foram já congeladas. É também esperado que o consumo no Reino Unido decaia nos próximos meses, o que poderá agravar a situação.
Numa tentativa de renovar a sua estratégia digital, a empresa vai começar a testar o serviço de "click and collect" em produtos infantis no final do ano – mas apenas no mercado do Reino Unido, e longe ainda de uma plataforma de vendas online.
Recentemente, a cadeia anunciou também uma parceria com a Vintage Wholesale Company para comercializar roupas vintage, com espaços próprios dentro de algumas lojas.