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Lucros da JM recuam 21,1% em 2014 (act.)

A Jerónimo Martins encerrou o exercício passado com um crescimento de 7,2% das vendas consolidadas, para 12,7 mil milhões de euros. Lucros e EBITDA decresceram no período.

04 de Março de 2015 às 18:41
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A companhia dona das redes portuguesa Pingo Doce, polaca Biedronka e colombiana Ara terminou o ano de 2014 com um resultado líquido consolidado, após interesses minoritários, de 301,7 milhões de euros, o que significa uma queda de 21,1% face a 2013, anunciou esta quarta-feira a Jerónimo Martins em comunicado ao mercado.

 

Grupo presidido por Pedro Soares dos Santos encerrou os 12 meses terminados a 31 de Dezembro último com um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 733,2 milhões de euros, menos 5,6% face ao exercício anterior.

 

Segundo a informação disponibilizada pela companhia ao mercado, apenas o Pingo Doce teve um contributo positivo, durante 2014, para a evolução do EBITDA consolidado da JM, na casa dos quatro milhões de euros. Não foi suficiente para contrabalançar, na evolução anual do EBITDA,  o contributo negativo da Biedronka (menos 29 milhões de euros), dos novos negócios da Ara (Colômbia) e da Hebe (para-farmácias na Polónia), com menos 18 milhões de euros e da cadeia grossista Recheio, que "retirou" cinco milhões de euros á evolução anual do EBITDA da JM em 2014.

 

O EBIT (resultado antes de juros e impostos) recuou no período em análise 13,5%, para 457 milhões de euros. O divida líquida do grupo estava, no final de 2014, em 273 milhões de euros, menos 72,8 milhões de euros do que em final de 2013. Consequentemente, o "gearing" passou de 22,5% para 16,7%, entre 2013 e 2014.

 

As vendas consolidadas pela maior companhia de distribuição portuguesa atingiram os 12.680 milhões de euros, uma melhoria homóloga de 7,2%, confirmando os dados preliminares divulgados pelo grupo ao mercado a 13 de Janeiro passado.  

 

"Deflação alimentar sem precedentes"

 

No comunicado ao mercado, a administração liderada por Pedro Soares dos Santos explica o desempenho: "apesar do forte desempenho em termos de quota de mercado nas nossas companhias, os resultados consolidados foram impactados por uma combinação de factores de pressão". A saber, segundo a mesma fonte: "condições de mercado muito exigentes, forte deflação alimentar que afectou as vendas, inflação ao nível dos custos e perdas relacionadas com os novos negócios".

 

Sobre a pressão causada pela desvalorização dos preços, o grupo afirma mesmo que 2014 foi "um ano difícil e cheio de desafios para o sector do retalho, devido a níveis de deflação alimentar sem precedentes".

 

Na Polónia, a "inflação alimentar deslizou para terreno negativo no segundo trimestre de 2014, tendo-se deteriorado rapidamente nos meses seguintes", fechando o ano com uma descida de 0,9%. A Biedronka registou um aumento de 9,5% das vendas em euros (em zloty a progressão foi de 9,1%), para 8.432 milhões de euros. Fechou assim o ano a representar 66,5% das vendas consolidadas da JM, com 2.587 unidades. A margem EBITDA da Biedronka recuou de 7,8% para 6,8% em 2014.

 

"Em Portugal, o Pingo Doce teve um desempenho muito forte num contexto difícil". Terminou com vendas de 3.234 milhões de euros, mais 1,7% do que em 2013, terminando o ano passado a representar 25,5% do consolidado pela JM, com 380 lojas em Portugal. A margem EBITDA do Pingo Doce manteve-se inalterada nos 5,8%.

 

No comércio grossista, a evolução foi negativa, em 0,7%, para 799 milhões de euros. A rede Recheio valia, no final de 2014, uma fatia de 6,3% das vendas consolidadas da Jerónimo Martins, com 41 "cash & carry" no mercado português. A margem EBITDA da rede Recheio diminuiu de 5,8% para 5,2% em 2014.

 

As acções da JM encerraram a sessão desta quarta-feira a recuar 1,83%, para 10,43 euros.

 

(Notícia actualizada às 19h15 com mais dados operacionais e financeiros e declarações da administração)

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