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Lucros da Ibersol duplicam no semestre
Grupo que opera 365 restaurantes de marcas como Pizza Hut, Burger King e KFC em Portugal, Espanha e Angola alerta que a situação do país africano pode vir a “determinar impactos negativos ao nível dos resultados financeiros” este ano.
A companhia Ibersol, que detém a licença de várias cadeias de "fast food" norte-americanas no território português, registou resultados líquidos, após interesses minoritários, de 4,11 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o que contrasta com lucros de 2,02 milhões de euros em igual período do ano passado, anunciou a empresa ao mercado.
No período em análise, os proveitos operacionais da companhia de restauração foram de 98,72 milhões de euros, mais 14,8% do que no primeiro semestre de 2014. O volume de negócios avançou 14,7%, para 97,59 milhões de euros, alicerçado no crescimento de 14,8% das vendas da restauração (para 96,18 milhões de euros).
A gestão da companhia adianta que o "acréscimo das vendas no primeiro semestre teve um impacto positivo na rentabilidade, pelo que o EBITDA [resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização] registou um aumento de 3,9 milhões de euros, tendo ascendido a 12,8 milhões de euros, ou seja mais 44% do que no período homólogo".
A margem EBITDA "situou-se em 13,1% do volume de negócios", o que compara "com 10,4% no primeiro semestre de 2014".
No final do mês de Junho, a Ibersol "operava 365 restaurantes próprios", contra 371 um ano antes, e 18 outras unidades em regime de franquia. Do total, 294 restaurantes situam-se em Portugal, 83 em Espanha e seis em Angola.
Angola com "impactos negativos" no horizonte
Em termos consolidados, explica também a administração da empresa que opera o Burger King em Portugal, "os resultados financeiros consolidados foram negativos em 2,4 milhões euros, cerca de 1,3 milhões de euros superiores aos do primeiro semestre de 2014, valor este que corresponde ao montante das diferenças de câmbio potenciais registadas em Angola à data de 30 de Junho".
O custo médio dos financiamentos foi reduzido para 3,7%, acrescenta, "apesar de afectado pelo aumento do peso dos financiamentos contraídos em Angola, que representam cerca de 13% do total dos financiamentos contraídos, com taxas de juro muito superiores à média do grupo".
Em Angola, a desvalorização do kwanza "associada a alguns atrasos nos pagamentos em moeda estrangeira, que se encontram limitados ao montante de divisas disponibilizadas pelo BNA [Banco Nacional de Angola], incrementaram significativamente o risco cambial da operação naquele país", salienta ainda a gestão da Ibersol.
Que alerta: "Em Angola, deverá manter-se a desvalorização da moeda e um aumento da inflação que deverão determinar impactos negativos ao nível dos resultados financeiros do grupo e do consumo naquele mercado".