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Indústria do luxo vai contrair 20 a 35% este ano devido à pandemia
A indústria do luxo só deverá recuperar para os níveis do ano passado em 2022 ou 2023, estima o estudo da Bain.
A indústria do luxo sofreu uma quebra estimada de 25% no primeiro trimestre e a tendência negativa deverá acentuar-se no segundo trimestre, o que poderá levar a um decréscimo entre 20% e 35% este ano, indica um estudo da consultora Bain & Company.
Os confinamentos e as restrições às viagens turísticas nos principais mercados, devido à pandemia da covid-19, estão a ter um impacto muito significativo para esta indústria, assinala o relatório.
Também os canais online ganharam protagonismo durante a atual crise e a Bain prevê que este canal valha 30% das vendas da indústria em 2025.
"O mercado do luxo vai recuperar, mas a indústria vai sofrer profundas transformações", considera Claudia D’Arpizio, "partner" da Bain e principal autora do estudo. "A crise do coronavírus vai obrigar a indústria a pensar de forma mais criativa e inovar ainda mais rapidamente", acrescenta.
A Bain refere que a quebra estimada de 25% no mercado de bens de luxo foi atenuada pelo "forte arranque do ano" em todas as principais regiões.
"À medida que os consumidores começam lentamente a sair dos ‘lockdowns’, a forma como veem o mundo mudou e as marcas de luxo têm de se adaptar", sublinha Federica Levato, "partner" da Bain e co-autora do estudo.
"A segurança nas lojas é obrigatória, mas acompanhada da magia da experiência do luxo: formas criativas de atrair os clientes às lojas ou de levar os produtos aos consumidores farão a diferença", defende.
A Bain estima que o mercado do luxo contraia 20% a 35% este ano, dependendo da rapidez da recuperação. E antecipa que o regresso aos níveis registados no ano passado apenas ocorrerá em 2022 ou 2023. A partir daí o crescimento será gradual, devendo atingir um valor entre os 320 e os 330 mil milhões de euros em 2025.