Notícia
Häagen-Dazs investe 500 mil euros em Lisboa
Marca norte-americana de gelados vai reforçar oferta no Chiado e expandir para o Rossio.
A fabricante de gelados Häagen-Dazs vai “investir aproximadamente meio milhão de euros” em duas novas lojas em Portugal, onde actualmente tem uma rede de 13 unidades, avançou em entrevista Manuel Fezas Vital.
Em entrevista ao Negócios, o administrador-delegado da Häagen-Dazs Portugal afirma que o que está em causa é uma nova loja para que irá substituir a do Chiado e para a qual o grupo está “neste momento a negociar uma localização mais nobre e com mais visibilidade”; e outra na zona da Baixa-Chiado, “mas possivelmente entre o Rossio e o Arco da Rua Augusta”, um “espaço que mais recentemente se tornou um ponto de passagem obrigatório, não só para turistas como para todos os portugueses”.
Embora defenda que “os conceitos das duas lojas vão depender do sucesso das negociações dos novos espaços”, Manuel Fezas Vital adianta que a previsão é de “contratar entre cinco e sete pessoas” para os dois novos espaços. “Actualmente, a Häagen-Dazs emprega, em Portugal, cerca de 130 pessoas, número que temos vindo a manter nos últimos três anos”, sustenta.
O reforço do investimento para 2014”, sublinha o administrador-delegado da HD, é “fruto do reconhecimento que a operação da Häagen-Dazs em Portugal tem apresentado óptimos resultados face às expectativas”. “Acreditamos que as empresas devem continuar a investir, mesmo em alturas de maior contracção no consumo, e a prova disso, é que em 2013, ano em que concluímos a renovação da imagem em todas as nossas lojas, superámos as estimativas de negócio em cerca de 20%”.
O grupo, que não revela dados da facturação em Portugal, adiantando somente que irá “fechar o ano de 2013 com resultados acima do esperado, num momento em que se deu a abertura de muitas geladarias, principalmente em Lisboa”. Presente nos canais da grande distribuição e em lojas próprias, a facturação da Häagen-Dazs Portugal, “neste momento, é muito similar entre lojas e distribuição (50%, 50%), sendo que a tendência evolutiva é de que as lojas facturem mais que a distribuição”, esclarece o gestor.
Já sobre os resultados, adianta: “para 2013, prevemos que o EBITDA do negócio da Häagen-Dazs em Portugal atinja os 450 mil euros, um valor que nos surpreendeu e que nos faz acreditar que esta estratégia de crescimento tem tudo para dar certo”.
A Häagen-Dazs abriu a sua primeira loja portuguesa, no Chiado, em 1994. Confrontado por isso com a decisão de investir, na actual conjuntura. Em dois novos espaços, Fezas Vital responde: “conhecemos a realidade portuguesa há quase 20 anos e sempre se falou de crise. As empresas que se adaptam às necessidades do mercado, com produtos de qualidade e excelência no serviço, como é o caso da Häagen-Dazs, acabam por ver na crise uma oportunidade para inovar”.
Anualmente, a Häagen-Dazs vende “cerca de 480 toneladas de gelado em Portugal” o que Fezas Vital qualifica de “um número gratificante”: porque “motiva” a companhia e faz os seus responsáveis “acreditarem que continuar a investir em território português é a estratégia mais acertada”, diz.
O caso do pastel de nata que entrou na Häagen-Dazs e que segue agora para Espanha
Nos 20 anos em que a marca de gelados está presente directamente no retalho em Portugal, os clientes tornaram-se fiéis, passaram a comer gelados fora do Verão e escolheres os seus três sabores preferidos, os “mais doces” disponíveis. E fizeram a companhia norte-americana adoptar o pastel de nata na sua rede.
“Os portugueses gostam dos sabores mais doces, como o “strawberry cheesecake”, o “doce de leite” ou o chocolate”, explica Fezas Vital, que qualifica o consumidor português como “um conhecedor profundo da marca”. “É exigente, mas essa exigência já vem do seu conhecimento e experiência da marca”, característica local esta que é “alimentada” pela marca. “Temos sempre uma caixinha de sugestões nas lojas e o ‘feedback’ manteve-se sempre muito positivo desde que chegámos a Portugal”. “Há uma relação muito íntima entre a marca e os clientes”, completa.
Mas único mesmo do mercado nacional foi levar a multinacional a mudar a sua oferta. “Introduzimos o pastel de Natal na pastelaria, caso único em toda a rede Häagen-Dazs”, reconhece o administrador-delegado da empresa. “O pastel de nata está tão presente na vida dos portugueses que a própria Häagen-Dazs sentiu necessidade de o incorporar na sua pastelaria, não sem antes passar por um longo processo de certificação, que demorou três anos”. E com resultados: “já estamos a dar todos os passos para exportar o pastel de nata durante o primeiro trimestre de 2013 para as outras lojas Häagen-Dazs na Europa, sendo que em Espanha já foi testado e teve muito sucesso”.
