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Gant vai abrir cinco lojas em Portugal

A marca de vestuário vai limitar a presença comercial a cinco lojas próprias, segundo o plano apresentado pela multinacional sueca na sequência da falência do grupo Ricon, que detinha a rede de distribuição no país.

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António Larguesa alarguesa@negocios.pt 09 de Abril de 2019 às 16:21

O plano de expansão da Gant no mercado português, depois da falência do grupo têxtil Ricon com quem a marca de vestuário tinha um acordo exclusivo de distribuição desde os anos 1990, inclui a abertura de cinco lojas próprias, a presença em grandes armazéns, como El Corte Inglés e Marques Soares, e ainda a distribuição em diversos pontos de venda multimarca.

 

Como o Negócios adiantou a 8 de fevereiro, a multinacional decidiu interromper o modelo adotado há mais de duas décadas e assumir diretamente a gestão da rede comercial em Portugal, através de uma subsidiária da casa-mãe que tem sede na Suécia. A operação portuguesa passa assim a integrar o grupo Gant, tal como as estruturas da marca na Suécia, Reino Unido, França, EUA, Benelux (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo), Suíça, Áustria e Alemanha.

 

Após o desaparecimento do grupo de Famalicão, incluindo a empresa (Delveste) que detinha a operação de retalho e empregava 200 pessoas, a Gant encerrou as cerca de 20 lojas de vestuário que tinha no país. Depois do discreto regresso ensaiado com um espaço no formato outlet no Freeport de Alcochete, aberto em janeiro de 2019, a marca vai inaugurar lojas no Oeiras Parque, a 12 de abril, e no lisboeta Centro Comercial Amoreiras no início de junho. As lojas seguintes, sem localização detalhada, abrirão no outono e no princípio de 2020.

 

"Gostaria de prestar homenagem a Portugal, que é um mercado importante para a Gant por várias razões. Muitos dos nossos melhores produtos são fabricados lá e é um mercado em que a marca já está bem implementada e valorizada, temos muitos clientes fiéis. Estou muito satisfeito por estarmos de volta e gostaria de celebrar isso juntamente com o nosso 70.º aniversário", referiu Brian Grevy, CEO da GANT, citado numa nota de imprensa.

 

Depois de chamar Berta Oliveira, ex-diretora comercial da marca no grupo Ricon, para ajudar no regresso das operações em Portugal, a multinacional resolveu colocar Martin Mattson no cargo de "managing diretor" da Gant Iberia. O antigo responsável de desenvolvimento do negócio do grupo vai assumir os comandos da marca nesta nova fase e "dar início a uma transição da liderança e das operações de uma perspetiva global para local".

 

Menos lojas na busca pela reputação perdida

 

Em março de 2018, o então presidente executivo da Gant, Patrik Nilsson, já tinha garantido ao Negócios que "não [estava] à procura de outro parceiro" comercial em Portugal, seguindo o exemplo de outros países. O executivo que foi substituído em junho por Brian Grevy admitira também que o número total de lojas portuguesas ficaria abaixo das anteriores duas dezenas, pois "a tendência é ter menos lojas em qualquer dos mercados", até pelo "crescimento rápido" do comércio eletrónico.

 

Com presença comercial no país desde 1992, no início desta década Portugal chegou a ser o melhor mercado internacional para a Gant em termos de vendas per capita, ou seja, em função do número de habitantes do país. Uma posição forte que "começou a cair muito rapidamente" devido à crise no mercado interno e sobretudo às crescentes dificuldades financeiras do anterior parceiro português.

 

Em 2017, que culminou com o processo de insolvência do grupo liderado por Pedro Silva e o consequente impacto na reputação da marca, as vendas da Gant em Portugal – onde continuou a fabricar com outros fornecedores têxteis, mesmo antes do desaparecimento da Ricon – tiveram uma quebra homóloga de 18%, em contraciclo com o crescimento de dois dígitos registado a nível mundial.

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