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BHS: O fim de uma cadeia icónica

É uma novela já com muitos episódios e que tem gerado uma polémica assinalável no Reino Unido. As últimas 22 lojas da British Home Stores encerraram no dia 28 de Agosto. Uma história de milionários com poucos escrúpulos e de pensionistas defraudados.

Reuters
29 de Agosto de 2016 às 12:31
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"O site da BHS está agora fechado". É esta a mensagem que parece no site da British Home Stores, uma icónica cadeia de distribuição no Reino Unido que fechou as suas últimas lojas no dia 28 de Agosto. A polémica em torno da insolvência da empresa chegou ao Parlamento britânico e pode mesmo custar o título nobiliárquico (Sir) ao dono da sociedade, que está envolvido num escândalo com as autoridades britânicas por alegada má gestão da sociedade.


É uma história que se vai repetindo em vários segmentos de actividade dos negócios: o magnata que abandonou o barco e levou consigo milhões de euros, deixando um "buraco" de 571 milhões de libras (669 milhões de euros) no fundo de pensões da BHS. Philip Green, que deteve a empresa durante 15 anos, vendeu-a em 2015 a Dominic Chapell, um empresário falido (e antigo piloto de corridas de carros), que usou um empréstimo em nome da BHS para pagar o empréstimo da sua casa.  


A BHS encontrava-se sob administração judicial desde o passado mês de Abril, pouco depois de ter sido noticiado que a angolana Isabel dos Santos estava a estudar uma oferta para comprar a empresa, que nessa altura já tinha encerrado centenas de lojas. Mas não foi a tempo.


O Guardian conta que a rede retalhista começou com uma loja em Brixton, no sul de Londres em 1928 e cresceu até se tornar numa das cadeias mais importantes do país. A queda da empresa deixou 11 mil pessoas sem emprego. Antes do encerramento total, os administradores já tinham encerrado 141 lojas.


O último dia foi marcado por filas de consumidores, em busca de oportunidades na liquidação total das lojas. Ao mesmo tempo, Green estava de férias no Mediterrâneo, num iate de 100 milhões de libras (117 milhões de euros). Mas não escapou a um encontro conflituoso com uma equipa da Sky News.


Um relatório de uma comissão do Parlamento britânico garante que a BHS foi alvo de um "saque sistemático" por parte de Green e Chapell. O documento diz que a queda da empresa foi uma "tragédia" que constitui "a face inaceitável do capitalismo". O empresário prometeu ajudar a fechar o buraco das pensões da BHS, com uma contribuição de 300 milhões de libras (351 milhões de euros). Cerca de 22 mil pensionistas podem ser afectados. Chapell, por sua vez, deverá pedir a insolvência do seu negócio pessoal.


"Um novo site da BHS será lançado no Outono", lê-se na mesma página da BHS, que informa ainda quem são os administradores da sua insolvência. O retorno da cadeia pode ser obra dos investidores do grupo do Qatar Al Mana, que é o dono do negócio internacional e online da BHS. Mas nunca será a mesma coisa. 

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