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APED aponta para descarbonização da distribuição em Portugal até 2040
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição está hoje a apresentar o seu Roteiro para a Descarbonização do Setor da Distribuição. A adesão dos associados é voluntária e gratuita.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) quer descarbonizar o setor em Portugal até 2040. Esta quinta-feira, é apresentada ao público no Centro Cultural de Belém o Roteiro para a Descarbonização do Setor da Distribuição, uma iniciativa inédita e proativa da associação que constitui o plano de ação do setor para atingir a descarbonização das suas atividades até esse prazo limite.
"Mobilizar os associados, independentemente da sua dimensão e área de atividade", em torno de uma ação coletiva que leve à descarbonização das atividades do setor é o objetivo central do roteiro, adianta a APED em comunicado.
Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, explica ao Negócios como o documento surgiu como um passo natural, para o setor que já tem apostado em medidas de racionalização. "Ao longo da última década, os nossos associados têm implementado medidas que visam a eficiência energética, o uso racional de matérias-primas, a reciclagem e a promoção de boas práticas sustentáveis junto de parceiros, fornecedores e clientes. Entendemos que era chegado o momento certo para dar um novo passo que consolidasse a nossa abordagem à sustentabilidade enquanto um eixo estratégico", frisa.
Segundo este responsável, desde o final de 2021 que a associação tem trabalhado em conjunto com a PwC, no documento agora apresentado. Este destaca-se de outras iniciativas no campo da sustentabilidade, frisa a APED, por ser por um lado "um plano de ação, construído a partir das melhores práticas internacionais, que partiu de um diagnóstico do setor e dos nossos associados para se chegar a um modelo de implementação, assente em eixos de atuação, compromissos e métricas de avaliação. Não se fica por intenções, pretende ter efeitos práticos", destaca Lobo Xavier.
Em segundo lugar, é uma iniciativa de base voluntária, ainda que almeje "mobilizar todos os associados da APED, independentemente da sua dimensão, localização ou área" de atividade. "Existe um apelo claro para que as empresas integrem compromissos ambientais na sua estratégia de negócios para que todos, em conjunto, contribuam para a redução da pegada de carbono do setor", frisa.
O Roteiro pretende ainda sinalizar uma postura ativa do setor: "ocupamos um papel central na cadeia de valor e assumimos a responsabilidade acrescida que temos de dar o exemplo no domínio da sustentabilidade. Se outros setores de atividade seguirem o nosso exemplo, ficaremos naturalmente satisfeitos pelo efeito positivo que fomos gerar para reforçar a ação coletiva", acrescenta.
O que vai acontecer
A adesão ao Roteiro para a Descarbonização pressupõe a execução de um conjunto de compromissos mínimos listados de acordo com a dimensão da empresa. Dos 39 compromissos do Roteiro abrangidos pela Carta de Princípios, as empresas devem assumir um pacote de compromissos mínimos. Para PME são 10 compromissos mínimos. Para as restantes empresas são considerados 7 compromissos adicionais, totalizando 17 compromissos mínimos. Os restantes compromissos são voluntários, cabendo às empresas selecionar um conjunto dos mesmos, alinhados com as oportunidades da empresa e a sua ambição. Os compromissos devem ser assumidos a curto prazo (até 2025), médio prazo (até 2030) e longo prazo (até 2040).
A adesão ao Roteiro é totalmente gratuita. Segundo a APED, os custos de descarbonização irão porém corresponder a alguns investimentos, "muitos dos quais irão originar poupanças e oportunidades de gerar valor e eficiência nas operações internas e ao longo da cadeia de valor".
A associação lembra ainda que as políticas de ESG constituem hoje em dia um tema incontornável e decisivo para o presente e futuro das empresas, com implicações concretas na sua operação, no relacionamento com os seus públicos, sejam clientes, fornecedores ou até com entidades financiadoras. Na realidade, estas políticas "são uma oportunidade para os negócios ao contribuírem para melhorar a produtividade, o nível de satisfação dos colaboradores, a capacidade de identificação e gestão de riscos externos, diminuir o risco regulatório e impulsionar a inovação", conclui.