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UniCredit aumenta posição no Commerzbank para cerca de 21%

O grupo italiano decidiu comprar mais 11,5% do capital do banco alemão, depois de o governo de Olaf Scholz ter fechado a porta à venda de mais ações da instituição financeira.

Reuters
23 de Setembro de 2024 às 11:48
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O UniCredit adquiriu mais 11,5% do capital do Commerzbank através de "novos instrumentos financeiros", como anunciou ao mercado a instituição financeira italiana esta segunda-feira. A aquisição acontece após o governo de Olaf Scholz ter fechado a porta à venda de mais ações do Commerzbank detidas pelo Estado ao grupo italiano, pondo em causa os planos de Andrea Orcel, CEO do UniCredit, para a compra da totalidade do banco alemão.

O UniCredit já tinha adquirido uma participação de 4,5% do capital do Commerzbank ao Estado alemão no início de setembro, elevando assim a sua posição no banco para os 9%. Com a aquisição desta segunda-feira, o UniCredit fica com cerca de 21% do capital da instituição financeira alemã, mas o negócio ainda aguarda por uma "luz verde" do Banco Central Europeu (BCE). O UniCredit precisa da aprovação do BCE para elevar a sua posição no Commerzbank para mais de 9,9%. 

A maior parte da exposição económica do UniCredit está coberta ao risco, de modo "a proporcionar total flexibilidade" e poder assumir várias posições, vendendo ou aumentando a participação no capital do Commerzbank, salienta a instituição financeira. Ainda assim, o banco frisa que para dar estes passos, vai estar dependente "dos resultados do envolvimento com o Commerzbank, com os seus conselhos de administração e de supervisão, bem como com uma comunidade alargada de ‘stakeholders’ na Alemanha".

O UniCredit afirma ainda que "existe um valor substancial que pode ser desbloqueado dentro do Commerzbank, seja de forma independente ou dentro do UniCredit, para benefício da Alemanha e das partes interessadas mais amplas do banco".

No entanto, a forma como Andrea Orcel iniciou a entrada no Commerzbank está a ser encarada como uma jogada pouco transparente por parte do Governo de coligação de Olaf Scholz, de acordo com o que fontes conhecedoras do dossiê disseram à Bloomberg. Daí o Ministério das Finanças alemão ter anunciado que não iria vender mais acções da instituição à UniCredit, pelo menos por agora. 

A perspetiva de uma fusão entre os dois bancos também não está a agradar os sindicatos alemães, bem como vários executivos do Commerzbank. Enquanto os sindicatos estão preocupados com possíveis cortes na força laboral do banco, os executivos da instituição financeira alertaram o governo alemão que uma fusão com o UniCredit poderia ter um efeito negativo nos empréstimos a pequenas e médias empresas, de acordo com o Financial Times. 

Uma fusão dos dois bancos pode criar um novo colosso da banca e tornar-se o primeiro grande negócio bancário transfronteiriço desde que a crise financeira de 2008 eclodiu. O movimento também pode tornar-se um catalisador para uma maior consolidação do setor bancário europeu. 

Notícia atualizada às 12h36

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