Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Último CEO do Credit Suisse de saída do UBS

O executivo do banco suíço quer extinguir o conselho de administração do antigo rival nas próximas semanas. A fusão dos dois bancos ficará concluída em maio e poderá levar ao despedimento de 35 mil trabalhadores.

Pierre Albouy / Reuters
06 de Maio de 2024 às 14:51
  • ...

É um dos últimos passos que marcam o capítulo final na história do banco com 168 anos. O último CEO do Credit Suisse, Ulrich Körner, está de saída da UBS e o processo deverá ficar concluído nas próximas semanas, avançou o Financial Times.

Pouco mais de um ano depois de o governo suíço ter arquitetado a compra do Credit Suisse pelo UBS, que fechou o acordo em junho por três mil milhões de francos suíços (o equivalente em euros), numa tentativa de salvar o segundo maior banco do país da falência, o plano de integração delineado em fevereiro pelo presidente executivo do UBS, Sergio Ermotti, passa por dissolver o conselho de administração do Credit Suisse e pela fusão de ambas as entidades legais até ao final de maio.  

De acordo com fontes conhecedoras do plano, citadas pelo jornal, os clientes do banco adquirido vão "migrar" para o UBS até 2025. Aquela que é maior fusão desde a crise financeira de 2007 tem levantado preocupações quanto à dimensão da nova instituição, já que a reestruturação deverá levar anos e implicar perdas de postos de trabalho: assim que estiver concluída, o banco quer baixar o número de trabalhadores para os 85 mil, menos 35 mil do que o número atual. Em Espanha, os despedimentos chegaram em outubro do ano passado. 

A saída de Körner do conselho de administração que integrava desde 2022 dita o momento final do grupo que alavancou o financiamento da industrialização da Suíça e da extensão dos caminhos-de-ferro. 

O UBS deverá publicar os resultados do primeiro trimestre do ano esta terça-feira, 7 de maio. No quarto trimestre do ano passado, o grupo registou um prejuízo líquido de 279 milhões de dólares (259 milhões de euros), resultado que justificou com a integração do Credit Suisse.

No Credit Suisse desde 1998 

Ulrich Körner iniciou a carreira financeira na Price Waterhouse (PwC) e na McKinsey, antes de ingressar no banco suíço que liderou anos depois.

O executivo que está agora de saída já tinha deixado a sua marca no UBS em 2009, onde, dois anos mais tarde, esteve prestes a ocupar o cargo de CEO temporário, depois de um escândalo de fraude fiscal de cerca de 2 mil milhões de euros. Ermotti acabou por aceitar o cargo e Körner regressou ao Credit Suisse em 2021 como CEO, enquanto o banco caminhava em direção ao eventual colapso, que ocorreu nove meses depois.

Notícia revista por Marta Velho
 

Ver comentários
Saber mais UBS Credit Suisse Ulrich Körner Banco Suíça
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio