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Último CEO do Credit Suisse de saída do UBS
O executivo do banco suíço quer extinguir o conselho de administração do antigo rival nas próximas semanas. A fusão dos dois bancos ficará concluída em maio e poderá levar ao despedimento de 35 mil trabalhadores.
É um dos últimos passos que marcam o capítulo final na história do banco com 168 anos. O último CEO do Credit Suisse, Ulrich Körner, está de saída da UBS e o processo deverá ficar concluído nas próximas semanas, avançou o Financial Times.
Pouco mais de um ano depois de o governo suíço ter arquitetado a compra do Credit Suisse pelo UBS, que fechou o acordo em junho por três mil milhões de francos suíços (o equivalente em euros), numa tentativa de salvar o segundo maior banco do país da falência, o plano de integração delineado em fevereiro pelo presidente executivo do UBS, Sergio Ermotti, passa por dissolver o conselho de administração do Credit Suisse e pela fusão de ambas as entidades legais até ao final de maio.
De acordo com fontes conhecedoras do plano, citadas pelo jornal, os clientes do banco adquirido vão "migrar" para o UBS até 2025. Aquela que é maior fusão desde a crise financeira de 2007 tem levantado preocupações quanto à dimensão da nova instituição, já que a reestruturação deverá levar anos e implicar perdas de postos de trabalho: assim que estiver concluída, o banco quer baixar o número de trabalhadores para os 85 mil, menos 35 mil do que o número atual. Em Espanha, os despedimentos chegaram em outubro do ano passado.
A saída de Körner do conselho de administração que integrava desde 2022 dita o momento final do grupo que alavancou o financiamento da industrialização da Suíça e da extensão dos caminhos-de-ferro.
O UBS deverá publicar os resultados do primeiro trimestre do ano esta terça-feira, 7 de maio. No quarto trimestre do ano passado, o grupo registou um prejuízo líquido de 279 milhões de dólares (259 milhões de euros), resultado que justificou com a integração do Credit Suisse.
No Credit Suisse desde 1998
Ulrich Körner iniciou a carreira financeira na Price Waterhouse (PwC) e na McKinsey, antes de ingressar no banco suíço que liderou anos depois.
O executivo que está agora de saída já tinha deixado a sua marca no UBS em 2009, onde, dois anos mais tarde, esteve prestes a ocupar o cargo de CEO temporário, depois de um escândalo de fraude fiscal de cerca de 2 mil milhões de euros. Ermotti acabou por aceitar o cargo e Körner regressou ao Credit Suisse em 2021 como CEO, enquanto o banco caminhava em direção ao eventual colapso, que ocorreu nove meses depois.
Notícia revista por Marta Velho