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Ulrich: Proposta de Isabel dos Santos "não era boa" para BPI
O BPI rejeitou vender 10% do BFA à empresária angolana. A separação entre BPI e os seus activos africanos é ainda uma hipótese, que será votada pelos accionistas.
A proposta de compra de 10% do BFA por parte da empresária angolana Isabel dos Santos não era positiva para a instituição que lidera, disse Fernando Ulrich,. "O conselho de administração analisou os vários aspectos e considerou que não era uma boa solução para a situação que o BPI tem de resolver", disse na conferência de imprensa de apresentação de resultados.
"Não foi uma razão específica, foi uma apreciação global. Foram tidos vários factores internos e externos", disse o presidente executivo do Banco BPI, sem fazer maiores esclarecimentos.
Isabel dos Santos, através da Unitel, propôs-se a adquirir uma posição de 10% no Banco de Fomento de Angola ao BPI para que este passe a ter menos de 50% do capital e, assim, não ser penalizado pelo facto de a supervisão em Angola não ser considerada equivalente à europeia. O banco português recusou esta proposta.
Questionado sobre se esta decisão foi tomada depois de uma posição do Mecanismo Único de Supervisor sobre a proposta da Unitel, Ulrich não fez comentários. Diz apenas que "um banco está em permanente consulta e troca com o seu supervisor" e que "o BPI não é excepção".
Cisão continua marcada
Com o não à proposta de Isabel dos Santos, o BPI continua com um problema em mãos: tem, até Março, para resolver a exposição em excesso a Angola. E a proposta da gestão de Ulrich é uma: separar os activos da actividade doméstica dos activos africanos, colocando-os numa outra empresa não controlada pela Unitel.
"Essa separação está sujeita à autorização da Unitel" (parceira do BPI no BFA), disse Fernando Ulrich. A empresa angolana já se mostrou contra esta opção (daí que tivesse avançado com a proposta de compra de 10%).