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Ulrich e Santos Silva dão passo para BPI perder maioria no BFA
A venda de 2% do BFA à Unitel vai ser discutida em futura assembleia-geral. A mesa já tem mandato da administração para marcar a reunião que vai ditar a solução do problema da exposição a Angola.
A administração do Banco BPI deu mais um passo para que a instituição financeira perca a maioria do capital no Banco de Fomento Angola (BFA).
Esta quarta-feira, 26 de Outubro, o conselho de administração liderado por Artur Santos Silva e Fernando Ulrich decidiu pedir ao presidente da mesa da assembleia para que seja convocada uma reunião magna de accionistas.
O primeiro ponto a decidir nessa assembleia-geral, que a administração quer realizar, é a "a venda de 2% do capital social do BFA à Unitel ,SA, nos termos descritos no comunicado divulgado pelo Banco no passado dia 7 de Outubro".
O BFA é detido, em 50,1% pelo BPI, enquanto a Unitel, de Isabel dos Santos, tem o restante capital. O objectivo da proposta da equipa de Santos Silva e Fernando Ulrich é o que o banco português deixe de ter a maioria do capital e, por isso, deixe de ser a ele imputado o excesso de exposição a Angola, que o Banco Central Europeu lhe atribui.
A proposta avança depois do sim de Isabel dos Santos. Foi através desta proposta que Isabel dos Santos, que além de líder da Unitel é também presidente da Santoro, aceitou não bloquear a desblindagem de estatutos no BPI, uma condição essencial para que avançasse a oferta pública de aquisição do CaixaBank.
Na reunião da administração de hoje, no pedido para a convocação da assembleia-geral, é solicitado também que seja posto à consideração dos accionistas "um conjunto de ajustamentos estatutários respeitantes à designação e âmbito de actuação das comissões do conselho de administração", que não são especificados, e a ratificação dos novos administradores, em que dois representantes do CaixaBank ocupam as vagas deixadas por António Domingues, que foi para a CGD, e por Edgar Alves Ferreira, que se demitiu.