A indicação de que haverá mais cortes de balcões no Novo Banco, como contrapartida da operação de venda à Lone Star, conta com a oposição dos funcionários da instituição financeira.

"As notícias apontam para mais reduções de postos de trabalho e encerramentos de balcões. Nós estamos frontalmente contra essa possibilidade", assinala um comunicado enviado às redacções pela comissão que representa os 5.714 funcionários do banco liderado por António Ramalho (número de Setembro de 2016).

A comissão espera "que a imposição de encolher ainda mais o negócio do banco não seja uma estratégia de favorecimento para outros bancos a operar no mercado português".

A redução da estrutura decidida pela Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia – que implica a diminuição de entre 40 e 50 agências, segundo o conselheiro de Estado e ex-líder do PSD Marques Mendes – faz parte do plano de negócios que sustenta a operação de venda. O fundo Lone Star vai injectar mil milhões de euros na instituição financeira, haverá uma operação de troca de dívida que liberta responsabilidades de 500 milhões mas, em contrapartida, haverá contingências que poderão ainda custar até 3,8 mil milhões ao Fundo de Resolução.

Tendo em conta que os termos da venda são "muito vagos", a comissão solicitou uma reunião com António Ramalho "a fim de conhecer mais pormenores sobre o negócio e qual a estratégia futura para o Novo Banco".

A comissão de trabalhadores está satisfeita por uma questão: "a importância de se ter encontrado uma solução e que se tenha afastado de vez, o espectro da liquidação do banco".