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Totta sobre lesados do Banif: "Porque seremos nós a pagar o que não fizemos?"
Vieira Monteiro recuou a 2015 para defender que não é o responsável por reembolsar os credores subordinados. Na altura, argumenta, o banco era maioritariamente público e tinha administradores públicos.
O Santander Totta recusa que seja sua responsabilidade encontrar uma solução para os obrigacionistas subordinados do Banif, banco que adquiriu, no âmbito da medida de resolução aplicada a 20 de Dezembro de 2015.
"Porque seremos nós a ter de pagar aquilo que não fizemos?", lançou António Vieira Monteiro na conferência de imprensa de apresentação dos resultados semestrais, período em que o lucro aumentou 17% para 229 milhões de euros.
O presidente do Santander Totta recuou a 2015 para referir a proposta de compra pelo Banif que apresentou ainda antes de ter sido decidida a medida de resolução. "Na primeira proposta, que significava comprar a totalidade, nós assumíamos o pagamento dessas obrigações subordinadas", relembrou.
"Por decisão pública, foi decidido que os obrigacionistas subordinados fossem retirados e ficassem no Banif", acrescentou Vieira Monteiro, referindo-se à resolução aplicada pelo Banco de Portugal. Numa resolução bancária, os obrigacionistas subordinados seguem-se aos accionistas na absorção de perdas.
Para referir que o Totta não tem responsabilidades em encontrar uma solução para os credores subordinados, o presidente afirmou que o "Estado tinha 60% do banco", além de ter administrador nomeados pelo Estado. "O Santander não vendeu nenhuma situação", frisou.
Sobre se está disponível para encontrar uma solução para os investidores, como o representante do Estado Diogo Lacerda Machado defendeu, Vieira Monteiro foi indirecto: "Eu nunca digo não". "Sempre estivemos disponíveis para negociar os ‘swap’".