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S&P sobe ratings de quatro bancos gregos
A agência de notação financeira elevou a classificação do Piraeus, National Bank of Greece, Alpha Bank e Eurobank Ergasias, de "incumprimento selectivo" para o sétimo nível da categoria especulativa (o chamado lixo).
A Standard & Poor’s melhorou o rating do Piraeus Bank, do National Bank of Greece, do Alpha Bank e do Eurobank Ergasias, de "incumprimento selectivo" para CCC+. Este nível recai no sétimo grau de lixo, inserindo-se assim na categoria de elevado risco de incumprimento (ou seja, a capacidade de reembolso da dívida depende de condições favoráveis e sustentáveis).
Esta decisão da S&P de elevar a notação destes bancos gregos segue-se à decisão de Atenas de aliviar parcialmente o controlo de capitais impostos em Junho de 2015, refere a agência, citada pelo Financial Times.
No mês passado, o governo helénico flexibilizou o controlo de capitais accionados em Junho de 2015, para travar o levantamento dos depósitos. A corrida aos bancos fez "desaparecer" 46,5 mil milhões de euros do sistema bancário entre 2014 e Junho de 2015.
O alívio destes controlos permite agora que os clientes possam levantar os seus depósitos em bancos gregos – tanto no país como no estrangeiro.
"Encaramos o levantamento desta interdição como um alívio significativo, já que poderá permitir que os depósitos em numerário possam reentrar no sistema bancário, aumentando a confiança no sector da banca grega", sublinha a S&P.
O "outlook" (perspectiva) da agência para estes quatro bancos é "estável", uma vez que a S&P não prevê qualquer incumprimento, no curto prazo, do reembolso das suas dívidas.
No entanto, a Standard & Poor’s deixa advertências. "Este ‘upgrade’ reflecte os frágeis perfis financeiros dos bancos, no contexto de um ambiente económico e operacional débil na Grécia, de um elevado nível de exposição a crédito malparado e de uma fraca rentabilidade", refere a agência, justificando assim o facto de as referidas entidades financeiras estarem ainda no sétimo nível de lixo.
"Prevemos que as posições de financiamento destes quatro bancos se mantenham altamente desequilibradas, o que fará com que continuem a depender dos instrumentos de facilitação de liquidez fornecidos pelas autoridades europeias para cobrirem as suas necessidades", alerta ainda a agência de rating.
Como tal, conclui a S&P, "esperamos que o apoio das autoridades europeias continue a ser crucial para garantir que os bancos cumprem os seus compromissos financeiros nos próximos 12 meses".
Esta terça-feira, 2 de Agosto, o Piraeus – que é o maior banco grego, por activos – revelou, citado pela Bloomberg, que está a tentar chegar a acordo com o grupo norte-americano de private equity KKR no sentido de este gerir 600 milhões de euros dos seus créditos problemáticos.
O vice-CEO do Piraeus, George Poulopoulos, que está também a assumir o cargo de presidente executivo em exercício, disse ao The Wall Street Journal que o banco está a "analisar" a possibilidade de se associar ao KKR para reestruturar esse crédito malparado e acrescentou que após o Verão talvez surja um anúncio neste sentido.