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S&P corta ratings de bancos alemães e austríacos

A agência de notação financeira reviu em baixa a classificação do Deutsche Bank, Commerzbank, Erst Group Bank e outras instituições financeiras da Alemanha e Áustria devido à falta de garantia de uma ajuda financeira dos respectivos governos em caso de necessidade.

Bloomberg
09 de Junho de 2015 às 20:53
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A Standard & Poor’s anunciou que o rating de longo prazo do Deutsche Bank foi reduzido em dois níveis, de A para BBB+, com outlook ‘estável’, ao passo que o Commerzbank viu a sua notação descer em um nível, de A- para BBB+.

 

Já no que diz respeito aos bancos austríacos, a classificação do Erst Grup foi reduzida de A- para BBB+ e a do Raiffeisen Bank International de A- para BBB, ambos com perspectiva ‘negativa’, refere o relatório hoje divulgado.

 

Nas últimas semanas, as agências de rating têm estado a incorporar nas suas metodologias o facto de deixar de haver garantias de apoio soberano às instituições financeiras que possam ver-se em apuros. Depois de a 19 de Maio a Fitch ter revisto em baixa dezenas de ratings do sector da banca, no dia seguinte a canadiana DBRS colocou 38 entidades sob revisão, com implicações negativas.

 

Esta terça-feira, 9 de Junho, a S&P revelou também as suas mudanças de posição devido às referidas recentes alterações regulatórias na União Europeia, que não dão como certa a probabilidade de um apoio estatal em caso de dificuldades.

 

Os actuais ratings destas instituições financeiras beneficiavam, na sua avaliação intrínseca, do facto de haver este apoio sistémico que deixa agora de ser dado como certo, daí que as agências estejam a reavaliar todas as classificações.

 

A nova metodologia de adaptação às novas normas europeias

Os cortes anunciados agora pela S&P, bem como outros já divulgados e ainda por divulgar – desta e outras agências – não significam que estes bancos estejam neste momento em piores condições para honrarem o pagamento das suas dívidas. O que acontece é que as agências de rating estão a fazer reflectir a nova metodologia de avaliação da qualidade creditícia dos bancos – ou seja, a capacidade para devolverem o dinheiro que pedem emprestado.

 

Assim, as agências estão a assumir que os credores da banca já não podem continuar à espera que haja ajuda soberana em caso de inviabilidade de alguma instituição financeira, uma vez que essa assistência já não está garantida. E a sustentar esta revisão da metodologia estão duas regulações europeias aprovadas recentemente, conforme explicou o El Mundo.

 

Por um lado, temos a directiva de Resolução e Reestruturação dos Bancos, que entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2015 e que estabelece uma série de critérios para aplicar perdas sobre os credores de um banco antes de estes receberem dinheiros públicos (até agora, esses credores estavam protegidos, pois o Estado intervinha antes de os obrigar a perderem parte do investimento que tinham feito).

 

Por outro lado, temos a norma que regula o Mecanismo Único de Resolução, que criará um "mealheiro comum" com contribuições dos próprios bancos (55.000 milhões de euros) para ser usado em posteriores crises bancárias.


(notícia actualizada às 21h08)

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