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S&P tira BPI e Santander Totta de "lixo"

A medida segue-se à melhoria da notação atribuída à República, que na sexta-feira levou a S&P a retirar Portugal da categoria de investimento especulativo.

Ricardo Castelo/Negócios
19 de Setembro de 2017 às 12:47
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Depois de ter elevado o rating da dívida portuguesa à condição de investimento, na sexta-feira passada, a Standard & Poor’s repete o mesmo procedimento para dois bancos portugueses: BPI e Santander Totta.

De acordo com alteração publicada esta terça-feira, 19 de Setembro, no site da agência de notação financeira, tanto o BPI como o Santander Totta viram o rating subir de "BB+" (último nível de investimento especulativo) para BBB- (primeiro patamar de 'investment grade'), com outlook "estável".

Em causa estão as classificações atribuídas a títulos de dívida de longo prazo e denominados em moeda local e estrangeira. No caso dos títulos de curto prazo, ambos os bancos vêem a notação subir de B para A-3, saindo também de "lixo".


"As melhorias seguem a acção semelhante sobre o rating soberano de Portugal a 15 de Setembro. Isto permitiu-nos incorporar um maior grau de apoio do que anteriormente tinhamos," refere o comunicado da agência de rating.

Com esta melhoria da S&P, entre as principais agências de notação financeira apenas a Moody's continua a considerar as dívidas de ambos os bancos na categoria de investimento especulativo. 


No caso do Santander Totta, a subida é justificada também pelo facto de ser uma "subsidiária estratégica" do Banco Santander, cuja venda é improvável e que conta com um apoio financeiro de longo prazo por parte da casa-mãe. Se não fosse a classificação de Portugal influenciar a notação do banco, diz a agência, o Santander Totta seria elegível para grau "BBB+" (terceiro nível mais baixo de investimento).

"O rating do Banco Santander Totta mantém-se há muitos anos como o melhor do sistema financeiro. As atuais notações de rating da dívida de longo prazo do Banco Santander Totta em comparação com os níveis da República Portuguesa são as seguintes: Fitch: BBB (Portugal: BB+); Moody’s: Ba1 (Portugal: Ba1); S&P: BBB– (Portugal: BBB–); e DBRS: BBBH (Portugal – BBBL)," sustenta o banco em comunicado entretanto divulgado.

A suportar a subida do BPI está, como o Totta, também a relação estreita com a casa-mãe, no caso o CaixaBank, de que é uma "subsidiária estratégica" e "activo importante" para a sua estratégia de longo prazo. A S&P refere que é a rentabilidade doméstica do banco, actualmente um "desafio", que impede a agência de registar o banco como subsidiária "core" do CaixaBank.

A melhoria do entorno económico ou operacional em Portugal pode levar a novas subidas de rating do BPI, tal como uma melhoria na geração de capital. Mas estará sempre dependente de subidas do rating soberano, já que a S&P considera que o apoio do CaixaBank é insuficiente para apoiar o banco em situação de stress associada a um eventual default soberano.

Para o Totta, a perspectiva "estável" semelhante à do rating da República pode, avisa a agência, levar a acompanhar uma subida ou uma descida do outlook de Portugal nos próximos 12 a 24 meses. No que diz respeito ao BPI, a S&P justifica que a mesma perspectiva "reflecte a nossa visão de que há uma baixa probabilidade de que a posição de crédito individual ou o apoio da casa-mãe se alterarem ao longo dos próximos 24 meses, bem como o rating soberano."

O movimento anunciado esta terça-feira levou ainda agência de notação a melhorar num patamar a dívida sénior do BPI (passou a categoria de investimento com "BBB-" e de dois patamares no caso da dívida subordinada (aqui ainda em categoria de investimento especulativo, ou "BB").

(notícia actualizada às 13:19 com mais informação)

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