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Sol: Salgado sob suspeita de falsear contas desde 2000

O contabilista da sucursal suíça da Espírito Santo Services recusou “continua a falsear os registos contabilísticos” e pediu a Salgado ordens escritas com efeitos retroactivos a 2000.

Correio da Manhã
26 de Junho de 2015 às 09:13
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A acusação do Banco de Portugal a 15 gestores do BES acusa Salgado de manipulação das contas da empresa a partir de 2008, mas de acordo com o semanário Sol, as declarações do contabilista suíço Pierre Butty, testemunha no processo, levantam suspeitas de ilegalidades desde 2000.

 

Butty era um dos cinco funcionários da Espírito Santo Services (ES Services) em Lausanne que, segundo a acusação do Banco de Portugal, entregava em Janeiro a Machado da Cruz, o responsável pela contabilidade, as contas verdadeiras do ano anterior e recebia de volta, em Março, notas de Ricardo Salgado sobre o que deveria alterar na contabilidade da empresa.

 

Em Novembro de 2013, depois de o Banco de Portugal ter começado a pedir informações sobre a ESI, resolveu tomar maiores cautelas: recusou continuar a "falsear os registos contabilísticos da ESI com base em meras instruções orais" e pediu a Salgado uma declaração escrita com todas as ordens, tal como o Negócios noticiou no final de Maio. Segundo o Sol, o pedido teve efeitos retroactivos a 2000. 

 

Ricardo Salgado e José Manuel Espírito Santo assinaram então um documento que reconhecia que os trabalhadores da ES Services obedeceram a ordens, "nunca tendo comprometido aquela sociedade, por acção ou omissão, para além das instruções recebidas e das disposições do contrato".

 

De acordo com o mesmo jornal, a acusação mostra que em 2011 Salgado pediu alteração nas contas da ESI que permitissem gerar resultados necessários para atribuir dividendos extraordinários à família de cerca de 18 milhões. Em Dezembro de 1013, a ESI tinha uma dívida de 1.300 milhões e capitais próprios negativos de mais de 3 mil milhões de euros.

 

Ricardo Salgado e José Manuel Espírito Santo são acusados de gestão ruinosa, prestação de falsas informações ao supervisor e de violarem as regras sobre conflito de interesses. Ricardo Abecassis e Manuel Fernando enfrentam uma acusação por actos dolosos de gestão ruinosa por terem permitido comercialização de dívida de uma empresa falida, explica o semanário. Ricciardi é acusado de ter permitido que não existisse qualquer sistema de controlo interno ou avaliação no BES.

 

Apesar de tudo, Ricardo Salgado ainda não é arguido nos processos-crime, confirmou o Sol.

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