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Siza Vieira: "Governo não pode ser indiferente à situação do sistema bancário"

O ministro-adjunto, Pedro Siza Vieira, explicou, no Banking Summit, que decorre em Lisboa, porque não pode o Governo ficar indiferente ao que se passa nos bancos.

Bruno Simão
07 de Fevereiro de 2018 às 10:00
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Começando por congratular o sector bancário por estar a discutir, numa conferência, as perspectivas de negócio futuro e não os riscos da banca, Pedro Siza Vieira explicou porque não pode o Governo deixar de olhar para o sector financeiro.

A existência de um mercado de capitais "pouco profundo" - Siza Vieira aproveitou para dizer que o Governo continua empenhado no desenvolvimento deste mercado - e um tecido empresarial dominado pelas PME que têm fontes de financiamento distintas, a banca é o principal suporte de financiamento e de crescimento económico.

Por isso,"o Governo não pode ser indiferente à situação do sistema bancário", explicando que não é, no entanto, sua função supervisionar - salvaguardando situações excepcionais - ou intervir no capital, mas compete ao Executivo "influenciar o contexto, melhorando enquadramento económico, legislativo, fiscal".

Para Siza Vieira, "não se trata de favorecer um sector em detrimento de outro, trata-se de reconhecer que o sistema bancário é essencial ao funcionamento da economia" e que problemas na sua solidez ameaçam a economia.

A banca está a fazer o seu caminho, mas o ministro-adjunto não deixou de aproveitar o momento para falar do crescimento económico que também actua de forma positiva na banca, assim como a redução da dívida pública, ou a consolidação das finanças públicas. É também ao falar das condições permitidas pelo Executivo que fala da melhoria da autonomia financeira das empresas e da relevância dos programas capitalizar ou das alterações às leis de insolvências e de recuperação de empresas, além da diminuição das acções executivas pendentes. 

É, para Siza Vieira, "um sector mais estável, e capitalizado, é um sector mais bem preparado para o futuro", ainda que continue com "desafios complexos", herdados do passado alguns, e estabelecidos pelo presente, nomeadamente pelo nível de taxas de juro baixas e pelas mudanças regulatórias. "A regulamentação está a impor mudanças cujos efeitos ainda não conseguimos avaliar na totalidade", declarou no Banking Summit, organizado pela APB e Sibs, e que decorre em Lisboa.

Lembrou os anos de dificuldade, que levaram à resolução, na entrada em funções do Governo de Costa, do Banif, logo em 2015. E nesse âmbito voltou a dizer que "um governo não pode desinteressar-se da situação do sistema financeiro, como se fosse [um sistema] de accionistas e supervisores". 

(Notícia actualizada às 10:10 com mais declarações)

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