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Sindicatos acusam CGD de "pressionar" trabalhadores para saírem do banco

A Febase diz que está a decorrer uma "pressão inadmissível" por parte da liderança da Caixa para que haja adesões às pré-reformas. Além disso, a federação sindical fala em prestação de "falsas informações", com o intuito de influenciar as decisões.

Miguel Baltazar/Negócios
01 de Junho de 2017 às 14:01
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A Caixa Geral de Depósitos tem de rescindir com 2.200 trabalhadores até 2020. Nesse trajecto, um dos primeiros passos do banco público foi avançar para um plano de pré-reformas. A Febase, a federação de sindicatos associados à UGT, defende que, para cumprir os números exigidos, os funcionários estão a ser "pressionados" para aderirem às propostas.

 

"Apesar da promessa de que só sairia da Caixa Geral de Depósitos quem quisesse, o secretariado da Febase tomou conhecimento de que a instituição está a pressionar trabalhadores para aceitarem o programa de pré-reformas em vigor", indica o comunicado disponibilizado nos sites dos sindicatos da Febase, como o Sindicato dos Bancários Sul e Ilhas e Sindicato dos Bancários do Norte.

 

Segundo relata a nota da federação sindical, os trabalhadores a partir dos 55 anos, e que se enquadram no plano proposto pela gestão de Paulo Macedo (que foi descrito na ordem de serviço sobre o programa de pré-reformas 2017), "estão a ser chamados ao departamento de pessoal". E essa convocatória é feita, diz a Febase, "mesmo sem que tenham manifestado interesse em sair do banco". A CGD rejeita as acusações, classificando-as mesmo como "injuriosas", dizendo que as reuniões que existem são a pedido dos colaboradores ou da hierarquia. 

 

A liderança do banco público tem assegurado que não vai haver qualquer saída que não seja voluntária da instituição, ainda que esteja comprometida, no plano de reestruturação assinado com a Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, a saída de 2.200 trabalhadores do quadro até 2020. O objectivo, que é também alinhado com o Executivo, é proceder a pré-reformas, reformas antecipadas ou rescisões por mútuo acordo. 

 

"Informações falsas"


A alegada pressão feita sobre os trabalhadores não é a única queixa presente no comunicado. "Além da pressão inadmissível para que os trabalhadores cedam e aceitem a proposta, a Caixa está também a prestar falsas informações sobre progressões na carreira, de forma a influenciar a decisão dos bancários", acusa a Febase.

 

O ponto tem que ver com o congelamento de carreiras na instituição, que ocorreu na sequência dessa imposição ao sector empresarial do Estado nos anos da troika. "Uma vez que o congelamento terminou, os trabalhadores esperam a subida ao nível 11 antes de se reformarem, mas o departamento de pessoal informa-os de que as progressões acabaram – o que não é verdade, pois o Acordo de Empresa continua em vigor", argumenta a federação sindical.

 

No mesmo comunicado, a Febase lembra que ainda não há uma decisão governamental sobre a contagem dos quatro anos de congelamento nas carreiras, ainda que a CGD queira "ignorar" esse período.

A redução de pessoal, permitindo uma redução dos custos com a estrutura, é um dos pilares do acordo feito com a Caixa Geral de Depósitos após a capitalização estatal de 3,9 mil milhões de euros. No final de Março, a operação nacional da instituição financeira empregava 8.145 trabalhadores.



(Notícia actualizada às 16:35 com posição da CGD)

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