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Sindicato quer "restituição imediata" dos vencimentos dos trabalhadores do BCP

O SNQTB quer levar o tema à assembleia-geral de accionistas, uma vez que na reunião será deliberado uma contribuição única de quase 5 milhões de euros para o complemento de reforma dos administradores executivos.

Paulo Marcos é o presidente do sindicato Miguel Baltazar
10 de Maio de 2018 às 10:57
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O conselho de remunerações do BCP vai levar à assembleia-geral de 30 de Maio uma proposta para o pagamento extraordinário de 4,9 milhões de euros para os fundos de pensões dos actuais administradores executivos do banco.

Uma decisão que está a ser aproveitada pelo Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) para reclamar a "imediata restituição dos valores retidos dos vencimentos dos trabalhadores do BCP".

 

Em comunicado, o sindicato valoriza "que o Conselho de Administração tenha um sentimento de optimismo tão relevante sobre a actual e futura situação do BCP", pelo que entende que a restituição dos vencimentos dos trabalhadores também deve ser deliberada na AG, bem como uma contribuição de 4.920.236 euros "para o Fundo Complementar de Pensões dos trabalhadores do BCP, cuja contribuição se encontra suspensa".

 

"Entendemos que argumentos mais válidos existirão para a atribuição de tais "prémios" aos trabalhadores, os quais, em primeira instância, estiveram sempre na linha da frente e a defender a imagem do BCP, muito antes da actual administração estar em funções", afirma Paulo Marcos, presidente do SNQTB, citado no comunicado.

 

O SNQTB diz que detém acções suficientes para levar o tema à AG e "apela ao bom senso dos accionistas do BCP para o devido reconhecimento da dedicação e mérito profissional dos trabalhadores, pois o sucesso da instituição deve-se ao grande esforço que os trabalhadores desenvolveram ao longo de vários anos e várias administrações, pelo que, a continuação do sucesso do BCP depende da paz social e laboral no seio do BCP, que somente será mantida com o devido respeito e reconhecimento destes".

 

Na convocatória da AG o BCP justifica a contribuição para os fundos de pensões dos actuais administradores executivos do banco com um estudo efectuado o ano passado pela Mercer que concluiu que o "regime de complemento de pensões dos membros da comissão executiva do BCP evidencia que a taxa de reposição dos administradores abrangidos é inferior à taxa de substituição média das empresas do PSI-20 com um plano de benefício definido, sendo que no caso do BCP se encontra em vigor um regime de contribuição definida e não um regime de benefício definido".

 

A comissão executiva do BCP auferiu uma remuneração total (bruta) de 3,779 milhões de euros no ano passado, um valor que representa uma subida acentuada de 81,7% face ao registado em 2016 e é explicada pelo facto de os salários dos gestores terem sido cortados durante o período em que o banco recebeu ajudas do Estado.

 

Com o reembolso ao Estado no ano passado, os administradores do banco, bem como os trabalhadores com salários mais elevados, deixaram de ter cortes a partir de Julho, tal como Nuno Amado anunciou na apresentação dos resultados de 2016, no início do ano passado. 

 

Os trabalhadores com salários mais elevados também viram as remunerações cortadas, sendo que os níveis anteriores à ajuda estatal também foram repostos em Junho. Desde 2014 que os trabalhadores do BCP com remunerações acima de 1.000 euros brutos mensais tinham os salários cortados entre 3% e 11%.

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