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Sindicato quer aumentos salariais acima de 3% no BCP face aos “excelentes resultados” do banco

Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos e Bancários considera que não se justifica que o BCP dê aumentos salariais de 3%, inferiores ao do restante setor, quando teve lucros de 423 milhões de euros, 84% dos quais em Portugal.

O BCP poderá substituir o The Restaurant Group, MorphoSys ou a Sulzer, tendo já uma capitalização maior do que qualquer uma delas.
José Sena Goulão/Lusa
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O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) exige um aumento salarial que vá além dos 3%, tendo em conta os "excelentes resultados" do banco.

Em comunicado, o SNQTB lembra que o BCP teve lucros de 423 milhões de euros no primeiro semestre, 354 milhões dos quais em Portugal, e que aprovou aumentos de 3%, "quando quase todo o setor alinhou em quatro e meio".

"No passado dia 27 de julho, o Grupo BCP anunciou os resultados semestrais, os quais vieram confirmar o seu excelente desempenho e o importante contributo prestado, para esse efeito, pelos seus trabalhadores. Em particular, importa destacar o resultado líquido de 423,3 milhões de euros, dos quais 353,7 foram relativos à atividade em Portugal (i.e. 84% dos resultados líquidos)", lê-se no comunicado.

Perante os resultados semestrais do grupo, "e com a inflação a dar sinais de resistência este ano, o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) afirma que existem todas as condições para que o BCP valorize os seus trabalhadores, nomeadamente atualizando as suas tabelas de remuneração e demais cláusulas de expressão pecuniária em valores não inferiores aos do restante setor bancário".

Em março, o BCP anunciou aos trabalhadores aumentos de 3% manifestando, nessa altura, abertura para prosseguir as negociações.

O Sindicato afirma que quando a "operação portuguesa ultrapassou dificuldades" os trabalhadores do BCP de outros países não deixaram de ter atualizações salariais. E diz que está a desenvolver "todos os esforços" para atualizar as tabelas salariais em linha com os valores acordados com a Associação Portuguesa de Bancos, e também para assegurar que os salários convencionais não ficam abaixo do acordo coletivo do setor bancário.

"Por tudo isto, teimar em manter uma proposta de três pontos percentuais, quando quase todo o setor alinhou em quatro e meio, ou valor superior, é irrazoável, desvalorizador dos trabalhadores e um golpe na sua lealdade e profissionalismo", argumenta o SNQTB.

No primeiro semestre deste ano, os lucros do banco liderado por Miguel Maya (na foto) foram quase sete vezes superiores aos do mesmo período do ano passado.

 

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