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BCP vê lucros semestrais mais do que sextuplicarem para 423,2 milhões

O banco liderado por Miguel Maya alcançou lucros semestrais de 423,3 milhões de euros, uma subida de 580,6% face aos 62,2 milhões obtidos na primeira metade do ano passado.

Vítor Mota
27 de Julho de 2023 às 17:06
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O banco liderado por Miguel Maya alcançou lucros semestrais de 423,3 milhões de euros, uma subida de 580,6% face aos 62,2 milhões obtidos na primeira metade do ano passado.  A atividade em Portugal representou 353,7 milhões de euros. 

Os resultados do banco continuam a ser impactadas pela operação na Polónia, com o Bank Millennium, detido em 50,1% pelo BCP, a continuar a sofrer perdas devido a créditos em francos suíços feitos em 2008. esta operação gerou encargos de quase 400 milhões no primeiro semestre, dos quais "provisões de 331,6  milhões de euros que incluem a aplicação de pressupostos mais conservadores ao modelo de provisionamento decorrentes da decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia", de acordo com o comunicado emitido pelo banco à CMVM.

Na apresentação das contas, Miguel Maya sublinhou ainda que os  resultados beneficiaram de 127,0 milhões de euros, registados no trimestre anterior, relacionados com a venda de 80% da participação na Millennium Financial Services.

O produto bancário - que soma comissões, margem financeira, ganhos em operações financeiras, entre outros - subiu 45% para perto de 1,8 mil milhões de euros, impulsionado pela melhoria da margem financeira.  Esta rubrica, que representa a diferença entre os juros pagos e os juros recebidos , beneficiou do contexto de aumento de juros tendo aumentado 39,5%.

Já os custos operacionais cresceram 8,8% devido, sobretudo, ao aumento dos custos administrativos com o efeito da inflação, segundo o CEO do banco.



Sobre o nível de imparidades, Miguel Maya admite que ainda é "muito elevado", mas destacou a redução em 18,8% em Portugal. Pelo contrário, nas operações internacionais aumentou 9,1% "marcado pela situação dos francos suiços" na Polônia, explicou Miguel Maya.



O rácio de crédito malparado (NPE, exposições não produtivas) situou-se em 3,5%. Miguel Maya destacou uma redução "expressiva" de 361 milhões de euros em NPE, 162 milhões de euros em imóveis recebidos por recuperação e 400 milhões de euros em fundos de reestruturação, uma redução combinada de 25,8% face a junho de 2022.

Os recursos totais de clientes cresceram 1,52% para 92.453 milhões de euros, enquanto o crédito a clientes a cair 1,2% "justificada pela redução de NPE".


Os recursos totais de clientes cresceram 1,52% para 92.453 milhões de euros, enquanto o crédito a clientes a cair 1,2% "justificada pela redução de NPE". "É uma redução marginal, é normal que enquanto a política monetária for mais restritiva, e hoje deu-se um novo passo nesse sentido, é normal que haja menor procura de crédito", explicou, assegurando que não está em causa "dificuldades no acesso ao crédito".



O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira subir as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, em linha com o que já era esperado pelo mercado.


(Notícia em atualização)
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