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Salgado versus Ricciardi, a guerra continua

José Maria Ricciardi é o único membro da família Espírito Santo que, além do próprio Ricardo Salgado, merece honras de ser nomeado na introdução da defesa do antigo líder do BES. O banqueiro não resiste a insinuar que o primo foi cúmplice do Banco de Portugal e de Passos Coelho na queda do banco.

Miguel Baltazar/Negócios
16 de Julho de 2015 às 10:13
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De forma subtil, mas clara, a contestação de Ricardo Salgado ao primeiro processo de contra-ordenação do Banco de Portugal renova a guerra do antigo líder do BES com o primo José Maria Ricciardi. O banqueiro questiona-se sobre as razões que terão levado o supervisor a manter a idoneidade do presidente do BESI e recorda a amizade deste com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

 

"A idoneidade de quase todos os membros da Famiília Espiírito Santo que geriram o BES desapareceu, excepto a do Dr. José Maria Ricciardi que continua totalmente idóneo para o exercício de funções de gestão no sector e que, felizmente, ao contrário de todos os outros membros da Família, continua a ficar muito bem na fotografia com os principais responsáveis políticos do País", escreve a equipa de defesa de Salgado, liderada por Francisco Proença de Carvalho. Uma referência que faz recordar as fotografias publicadas na imprensa de Ricciardi a cumprimentar Passos Coelho no lançamento do livro de Miguel Relvas, antigo ministro do actual Governo.

 

Por contra-ponto, o antigo homem-forte do BES, assume que ele próprio "não terá mais o privilégio de aparecer em fotografias ao lado de um primeiro-ministro e que a maioria daqueles que o rodearam com honras e solicitações fingirão nunca o ter conhecido ou dirão que se enganaram anos a fio. Foi igual no PREC...", insiste o documento de contestação, com 432 páginas.

 

Salgado recorda ainda, no corpo principal do seu documento, que o "primeiro-ministro abordou 'incómodos' (sic) sobre o 'tema BES/GES', em 'conversas informais' (sic) com o seu amigo Dr. José Maria Ricciardi", o que para a defesa "demonstra o padrão de diligência com este tema foi tratado, incluindo em sede legislativa, nas vésperas e no dia da resolução (cfr. página 3 do DOC. 142 junto supra).

 

O antigo líder do BES volta a insistir que o supervisor terá tido razões desconhecidas para não acusar Ricciardi de conflito de interesses, como acontece com todos os restantes membros da família Espírito Santo que eram administradores do BES e também integravam o conselho de administração da Espírito Santo International, a "holding" do GES cuja ocultação de dívida foio pecado original do colapso do banco.

 

"Certamente que, para efeitos de não acusar o Dr. José Maria Ricciardi, o Banco de Portugal terá entendido que ocorre um motivo ponderoso para se poder concluir pela inexistência de um conflito de interesses, quanto a este administrador", limita-se a escrever a defesa.

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