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Roma pediu a Bruxelas autorização para alongar garantias dadas ao malparado
O ministro italiano das Finanças solicitou ao regulador comunitário autorização para prolongar em seis meses as garantias estatais dadas à titularização do crédito malparado.
Itália pediu ao regulador europeu do sector financeiro aprovação para alongar em seis meses as garantias estatais asseguradas ao crédito malparado detido pelos bancos transalpinos, confirmou o próprio ministro das Finanças, Giovanni Tria.
"Notificámos a Comissão Europeia do pedido", adiantou Tria, que pretende prolongar em meio ano a garantia conferida pelo Estado italiano no âmbito do programa estatal de securitização de crédito malparado.
Sobre o programa de garantia à securitização de crédito malparado (conhecido como GACS) – um fundo criado para recapitalizar a banca transalpina mediante a aquisição de crédito malparado – Giovanni Tria assegura que "está a trabalhar bem", permitindo ajudar os bancos a desfazerem-se dos chamados NPL.
O antecessor de Tria, Pier Carlo Padoan, já tinha sinalizado a vontade de Roma em solicitar uma extensão do plano que termina a 6 de Setembro e através do qual as instituições financeiras transalpinas podem titularizar crédito malparado para venda a investidores, comprando, em contrapartida, garantias do Estado conferidas a pequenas carteiras com menor grau de risco.
Apesar da controvérsia então gerada, a Comissão Europeia aprovou em 2016 a criação deste fundo destinado a resgatar a banca italiana. Apesar de poder constituir uma ajuda de Estado, Bruxelas justificou essa aprovação com a necessidade de permitir aos bancos transalpinos a limpeza dos respectivos balanços de forma a potenciar a capacidade para concessão de crédito.
De acordo com dados do Banco de Itália, no final do primeiro trimestre de 2018 os bancos transalpinos mantinham em carteira cerca de 258 mil milhões de euros de crédito malparado.