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Redução de imparidades e área internacional empurram lucros da Caixa para 692 milhões

Valor representa uma subida de 61% face aos 429 milhões registados em setembro de 2021. A instituição financeira prevê entregar ao Estado "o maior dividendo da história da Caixa".

António Pedro Santos / Lusa
10 de Novembro de 2022 às 16:41
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A Caixa Geral de Depósitos teve um lucro de 692 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, suportado pela redução das imparidades - que tinham sido registadas devido à crise pandémica - e pela atividade internacional.

O valor representa um crescimento de 61% face aos 429 milhões de euros obtidos nos primeiros nove meses de 2021.

A operação doméstica rendeu 537 milhões de euros, enquanto a operação fora de portas cresceu 58%, contribuindo com 155 milhões de euros para o resultado do grupo: o Banco Comercial de Investimentos (de Moçambique) valeu 46 milhões de euros, o Banco Nacional Ultramarino, de Macau, contribuiu com 32 milhões de euros, enquanto o Banco Caixa Geral (Angola) fez entrar 28 milhões de euros nos cofres da CGD. A sucursal em França rendeu 37 milhões de euros.

O banco público prevê entregar "o maior dividendo da história da Caixa aos contribuintes". Os primeiros nove meses dão origem a um "montante máximo distribuível referente de 286 milhões de euros".

A rendibilidade alcançou 10,8%, atingindo "os referenciais de custo de capital pela primeira vez desde 2008", sublinha o banco. Há um ano era de 6,9%.

A carteira de crédito a particulares e empresas em Portugal aumentou 2%, com o banco a destacar o crescimento de 6% no crédito a PME. A produção de crédito à habitação em Portugal atingiu 2,4 mil milhões de euros. A prestação média na carteira é inferior a 250 euros mensais. 

Os depósitos tiveram uma evolução de 3,8% (mais 2,6 mil milhões de euros).

A margem financeira da CGD nos primeiros noves meses do ano foi de 931 milhões de euros.

As comissões renderam mais 11%, atingindo 460 milhões de euros. Em Portugal cresceram de 321 para 357 milhões de euros. O CEO PAulo MAcedo revelou também que o banco não vai aumentar as comissões em 2023, "o que significa uma redução de 10%, tendo em conta a inflação". 

O rácio de crédito malparado (NPL, sigla para a expressão inglesa Non-Performing Loans) desceu para 2,6%, o "valor mais baixo de sempre". No final do ano passado o rácio era de 2,8%. 

Os imóveis detidos para venda reduziram 17% para 335 milhões de euros. 

O rácio de capital CET1 atingiu 18,7%, "acima da média dos bancos portugueses e europeus".

A fatura das contribuições extraordinárias cresceu cerca de 30% para 37 milhões de euros, divididos entre 31,4 milhões da contribuição sobre o setor bancário, e 5,7 milhões do adicional de solidariedade.

O banco público pagou ainda 24,7 milhões ao Fundo Único de Resolução europeu, e outros 13 milhões ao equivalente nacional (que ao longo dos anos tem feito injeções no Novo Banco).
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