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PrivatBank garante normalidade das operações aos clientes em Portugal

O banco letão AS PrivatBank - detido pelo PrivatBank, nacionalizado esta segunda-feira na Ucrânia - foi o braço de entrada dos ucranianos no país em 2007, tentando angariar clientes entre a comunidade emigrante.

Reuters
19 de Dezembro de 2016 às 16:26
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O AS PrivatBank da Letónia, banco detido em parte pela instituição nacionalizada esta segunda-feira na Ucrânia e que chegou a ter representação em Portugal, garante a continuidade e a normalidade das operações depois da decisão das autoridades de Kiev.


"O AS PrivatBank é um banco letão independente, que opera de acordo com as regras do sector financeiro da Letónia. A administração, com cinco membros, tem total controlo da gestão do banco. O AS PrivatBank continua a gerir as suas actividades de negócio e serviço ao consumidor como sempre e sem quaisquer restrições," afirmou fonte da instituição, em resposta ao Negócios.


O AS Privatbank foi fundado em 1992 na Letónia e está inserido no grupo internacional PrivatBank – que detém 46% do seu capital -, sendo o braço para a expansão internacional do banco ucraniano agora nacionalizado.


O banco teve actividade directa em Portugal entre Janeiro de 2007 e Março de 2015, chegando a ter três sucursais em território nacional, duas em Lisboa (Anjos e Parque das Nações) e uma no Porto. A instituição entrou no país ainda com a designação Paritate Banka, procurando "fornecer serviços a pessoas naturais da Ucrânia que se encontram a viver e a trabalhar em Portugal", uma comunidade estimada na altura em 130 mil pessoas.


"A sucursal do banco em Portugal foi registada no Registo Comercial deste estado em 23 de Agosto de 2006 e abriu oficialmente as portas aos clientes em 2 de Janeiro de 2007," referia um comunicado publicado na altura no site da empresa. Na altura foi a primeira instituição financeira dos Estados-membros da União Europeia pós-alargamento com autorização para operar no país.

Os clientes residentes em Portugal passaram a ser atendidos através de internet banking, directamente pelo banco na Letónia, a partir de 1 de Março de 2015, tendo sido dada opção de passarem a ser clientes do PrivatBank Letónia.

Na resposta ao Negócios, o banco não esclareceu contudo quantos clientes angariou através da presença em Portugal nem quantos mantêm essa relação. Ninguém atendeu as chamadas telefónicas feitas para as sucursais.

"Os depósitos dos clientes do AS "PrivatBank" Sucursal em Portugal, que ascendam até 100.000,00 euros, encontram-se garantidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos da República da Letónia, enquanto estado membro da União Europeia," referia a comunicação de Janeiro de 2015 que anunciava as alterações.


À data de 16 de Novembro passado, a instituição surge no site do Banco de Portugal na lista das entidades autorizadas a operar no país. As últimas contas divulgadas da sucursal, constantes do site do regulador, reportam a 2013.

Em 2008, o AS PrivatBank dava aos portugueses a maior rentabilidade com as suas poupanças, nomeadamente em relação à remuneração dos depósitos a prazo, com um retorno líquido de 6,08% num depósito a 12 meses. Dois anos depois, a taxa bruta anual estabelecia-se em 3,75%, a mais atractiva na altura.

Em 2009, o então jogador do Futebol Clube do Porto, Marat Izmailov, deu a cara pela campanha do banco, intitulada "Com uma taxa assim, até o Izmailov fica no banco".

 

Em Maio passado, o banco assinou um acordo com as autoridades da Letónia, que tinham imposto à instituição uma multa de 2,16 milhões de euros por transacções suspeitas realizadas entre 2012 e 2014. A anterior administração, liderada por Alexander Trubakov (durante cujo consulado o banco entrou em Portugal) foi destituída, sendo substituída por uma outra liderada por Aleksandar Kukic desde Abril deste ano.

Em Outubro, segundo a Reuters, o Banco de Itália deu início aos procedimentos de encerramento da operação do banco no país, por terem sido detectadas falhas no mecanismo de prevenção de esquemas de lavagem de dinheiro. A instituição prometeu depois reforçar esses mecanismos.

Nos primeiros nove meses deste ano, a instituição lucrou 7,91 milhões de euros de acordo com a Bloomberg. O banco refere ter 22 milhões de clientes em dez países: Letónia, Alemanha, Reino Unido, Espanha, Portugal, Itália, Ucrânia, Cazaquistão e China e Chipre.

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