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Presidente da Caixa diz que recapitalização do sector bancário foi lenta e tardia

O novo presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Domingues, afirmou que a recapitalização do sector bancário aconteceu a um ritmo "mais lento e mais tardio" do que aquele que devia ter acontecido.

Miguel Baltazar
28 de Outubro de 2016 às 07:38
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"Se olharmos para trás uma das ilações que tiramos é que devia ter havido uma actuação mais rápida e mais robusta", salientou na quinta-feira à noite no jantar-debate "Sector Bancário no Contexto da União Bancária Europeia", organizado pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial (APGEI).

 

António Domingues frisou que, como contribuinte, seria contra a actual privatização da CGD, pelo facto de os activos terem de ser vendidos quando têm valor e não quando não o têm.

 

"A caixa é, destacadamente, o maior banco do mercado e espero que assim continue a ser", salientou.

 

O presidente da CGD realçou que em 2015 o banco teve um "excelente" desempenho em termos de ganhos de operações financeiras, sobretudo em dívida pública, mas quando comparado com outros bancos, os custos foram bastante menos reduzidos.

 

A título de exemplo, António Domingues explicou que, desde 2007 até 2015, o BCP reduziu o número de trabalhadores em 31%, as agências em 24% e os custos operacionais totais em 42%.

 

O BPI, no mesmo período, reduziu 23% dos seus funcionários, 15% dos seus balcões e 17% dos seus custos operacionais.

 

E a CGD apenas diminui 13% do número de trabalhadores, 6% das agências e 9% dos custos operacionais, uma das situações que obrigou à sua recapitalização.

 

António Domingues considerou que o Estado, enquanto accionista, tem de se comportar como investidor privado e cumprir as regras como investidor privado, porque a missão de um banco é defender os clientes e financiá-los, tendo de ter para isso boas condições financeiras.

 

Para que o plano de recapitalização da caixa fosse aprovado, foi preciso traçar um plano estratégico e de negócios credível, um modelo de governação que assegurasse a independência da gestão e uma política de remunerações e incentivos em linha com o que os concorrentes praticam, recordou.

 

Na semana passada, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse no parlamento que o novo presidente do Conselho de Administração da CGD vai ganhar 423 mil euros anuais (brutos) e os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano (brutos), a que se soma a remuneração variável em função dos resultados obtidos.

 

No final do debate, António Domingues recusou prestar qualquer declaração aos jornalistas.

 

 

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