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Presidente da ATM não vê "conflito de interesses" entre nova presidente da CMVM e BPI
Octávio Viana diz que a escusa de Gabriela Figueiredo Dias em decidir-se sobre o BPI não se justifica porque o seu pai não tem funções executivas no banco.
O presidente da associação de pequenos investidores, Octávio Viana, não vê qualquer conflito de interesses entre a futura líder da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e o BPI.
Este fim-de-semana, o jornal Eco noticiou que Gabriela Figueiredo Dias pediu escusa de decisões relativas ao BPI, que se encontra sob uma oferta pública de aquisição lançada pelo CaixaBank, por o seu pai ser membro do conselho fiscal daquele banco português.
"A posição do pai não é executiva, não há conflito de interesses", contrapõe Octávio Viana. O presidente da ATM percebe contudo que Gabriela Figueiredo Dias não queira tomar decisões. O que não quer dizer que não se inteira do tema. Aliás, segundo o próprio, a ATM já se reuniu com a ainda vice-presidente do BPI e com Carlos Tavares para falar sobre o tema.
"Acho que é uma pessoa com rectidão, sabe muito bem a sua função", elogiou ainda Octávio Viana.
O BPI é, neste momento, o assunto que tem concentrado atenções da ATM. Em representação de 4% do capital, a associação defende uma subida do preço de 1,134 euros por acção oferecido pelo CaixaBank para 3,15 euros, aquele que a ATM diz ser o preço justo por acção do BPI. Esse preço inclui a venda de 2% do Banco de Fomento Angola, que implica a perda de controlo daquela instituição financeira angolana. Da CMVM, a ATM quer que nomeie um auditor independente para avançar outro preço para o BPI acima do actualmente pago na OPA.