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Pequim pede "tratamento justo" a Espanha nas investigações a banco chinês
O Banco Industrial e Comercial da China, sobre o qual recaem suspeitas de envolvimento em branqueamento de capitais, já disse que vai colaborar com as entidades espanholas. Pequim pede acção "de acordo com a lei".
As autoridades de Pequim pediram esta quinta-feira, 18 de Fevereiro, que Espanha trate de forma "justa e de acordo com a lei" as empresas chinesas e os seus funcionários instalados no país no âmbito da investigação em curso ao Banco Industrial e Comercial da China (ICBC).
"Esperamos que Espanha trate este tema com respeito pela lei e de uma forma justa e que proteja os direitos e interesses das empresas chinesas e do seu pessoal no país", disse Hong Lei, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, que assegurou que se manterá em contacto com a embaixada de Pequim em Madrid.
O pedido foi feito um dia depois de a polícia espanhola ter detido na sede de Madrid cinco responsáveis do ICBC, o maior banco do mundo, perante suspeitas de branqueamento de capitais que envolvem dezenas de milhões de euros. Já esta quinta-feira, vários altos responsáveis do banco deslocaram-se a Madrid como parte do compromisso da entidade financeira em colaborar com a investigação espanhola.
Segundo o El País, Hong Lei fez saber que Pequim exige às suas empresas no estrangeiro "o cumprimento estrito das leis, tanto das chinesas como dos países ou regiões em que trabalham", mas não quis deixar de recordar a importância que Espanha ganhou recentemente como destino de investimentos oriundos daquele país.
Através do esquema que a polícia e a autoridade fiscal desmontaram esta quarta-feira, o banco enviaria alegadamente para a China dezenas de milhões de euros que passavam assim ao lado do controlo das entidades tributárias.
O ICBC inaugurou em 2012 um escritório de representação em Portugal, tendo financiado entretanto a actividade de várias empresas no país, entre as quais a REN e a Fosun.