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PCP: "Não podemos gastar este dinheiro todo e entregar o Banif a um privado estrangeiro"
João Oliveira explica voto contra o Orçamento Rectificativo do PS e diz que a solução estaria na integração do Banif na CGD e no controlo público da banca.
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"As alternativas de intervenção no banco não eram muito favoráveis ao Estado, mas o PCP não pode acompanhar a solução proposta no Orçamento rectificativo", afirmou nesta terça-feira, 22 de Dezembro, o deputado comunista João Oliveira, confirmando o voto contra ao documento entregue no Parlamento pelo ministro das Finanças Mário Centeno.
"Devem ser salvaguardados os postos de trabalho e os depositantes, mas não podemos gastar este dinheiro todo e depois entregar o banco a um privado estrangeiro", argumentou, referindo-se à recapitalização do Banif em 2.225 mil milhões de euros, suportada pelo Orçamento do Estado, que deverá anteceder à venda da actividade bancária do grupo aos espanhóis do Santander por 150 milhões de euros.
"Nós transmitimos ao PS e ao governo uma posição que é muito clara: o povo português não deve ser responsabilizado por mais uma factura da falência de um banco", acrescentou.
João Oliveira responsabilizou o anterior Governo pela situação em que o Banif se encontra e apontou culpas também ao Banco de Portugal, considerando que a manutenção de Carlos Costa na sua chefia é "insustentável".
Também o Bloco de Esquerda sinalizou esta terça-feira que está contra a resolução aplicada ao Banif, impondo condições para a viabilização do Orçamento Rectificativo: o Bloco quer uma nova lei para a intervenção no sistema financeiro, que retire poderes ao Banco de Portugal, e a manutenção do Novo Banco na esfera do Estado.
A operação "envolve um apoio público estimado em 2.255 milhões de euros, que visam cobrir contingências futuras, dos quais 489 milhões de euros pelo Fundo de Resolução e 1.766 milhões directamente do Estado", disse o banco central, garantindo que esta solução "é a que melhor protege a estabilidade do sistema financeiro português".
No domingo à noite, em comunicado, o supervisor bancário divulgou a operação, explicando que a mesma foi tomada face às "imposições das instituições.