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PCP: "Não podemos gastar este dinheiro todo e entregar o Banif a um privado estrangeiro"

João Oliveira explica voto contra o Orçamento Rectificativo do PS e diz que a solução estaria na integração do Banif na CGD e no controlo público da banca.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 22 de Dezembro de 2015 às 14:15
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"As alternativas de intervenção no banco não eram muito favoráveis ao Estado, mas o PCP não pode acompanhar a solução proposta no Orçamento rectificativo", afirmou nesta terça-feira, 22 de Dezembro, o deputado comunista João Oliveira, confirmando o voto contra ao documento entregue no Parlamento pelo ministro das Finanças Mário Centeno.

"Devem ser salvaguardados os postos de trabalho e os depositantes, mas não podemos gastar este dinheiro todo e depois entregar o banco a um privado estrangeiro", argumentou, referindo-se à recapitalização do Banif em 2.225 mil milhões de euros, suportada pelo Orçamento do Estado, que deverá anteceder à venda da actividade bancária do grupo aos espanhóis do Santander por 150 milhões de euros.

 

"Nós transmitimos ao PS e ao governo uma posição que é muito clara: o povo português não deve ser responsabilizado por mais uma factura da falência de um banco", acrescentou.

João Oliveira responsabilizou o anterior Governo pela situação em que o Banif se encontra e apontou culpas também ao Banco de Portugal, considerando que a manutenção de Carlos Costa na sua chefia é "insustentável".

Também o Bloco de Esquerda sinalizou esta terça-feira que está contra a resolução aplicada ao Banif, impondo condições para a viabilização do Orçamento Rectificativo: o Bloco quer uma nova lei para a intervenção no sistema financeiro, que retire poderes ao Banco de Portugal, e a manutenção do Novo Banco na esfera do Estado. 

O Governo e o Banco de Portugal optaram pela venda do Banif ao Santander Totta, por um valor de 150 milhões de euros, no âmbito da medida de resolução aplicada ao banco cuja maioria do capital pertencia ao Estado português, de forma a impedir a sua liquidação.

A operação "envolve um apoio público estimado em 2.255 milhões de euros, que visam cobrir contingências futuras, dos quais 489 milhões de euros pelo Fundo de Resolução e 1.766 milhões directamente do Estado", disse o banco central, garantindo que esta solução "é a que melhor protege a estabilidade do sistema financeiro português".

No domingo à noite, em comunicado, o supervisor bancário divulgou a operação, explicando que a mesma foi tomada face às "imposições das instituições. 

 

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