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PCP diz que Paulo Macedo não reúne condições para liderar CGD

O PCP considera que Paulo Macedo não reúne as condições para ser presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) devido ao seu percurso anterior como ministro da Saúde do Governo do PSD/CDS.

Cátia Barbosa/Negócios
02 de Dezembro de 2016 às 17:59
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"O Governo decidiu, a responsabilidade é do Governo, na nossa opinião não decidiu de acordo com estes critérios [de competência e de identificação com o serviço público]. O doutor Paulo Macedo oferece-nos muitas reservas para vir a ocupar este cargo, particularmente pelo seu percurso anterior, nomeadamente um homem dos mais importantes ministros do governo PSD/CDS", declarou o dirigente comunista Jorge Pires.

 

Para sustentar a sua posição, o elemento da comissão política do Comité Central do PCP explicou que Paulo Macedo enquanto ministro da Saúde levou a que uma parte do Serviço Nacional de Saúde fosse sendo privatizado, cresceram as transferências de dinheiros públicos para grupos privados na saúde e, relativamente a cuidados primários de saúde, mais de um milhão e meio de portugueses ficaram sem médico de família.

 

Para o PCP, a escolha do presidente do banco público deveria ter obedecido aos critérios de "ser uma pessoa competente e, por outro lado, ser uma pessoa que se identifique com o serviço público, que esteja disponível e assim contribuir para a resolução do problema da Caixa Geral de Depósitos".

 

O dirigente comunista fez estas declarações aos jornalistas à margem dos trabalhos do XX Congresso do PCP que decorre até domingo em Almada, na margem sul do Tejo.

 

"Consideramos que, de acordo com os critérios que nós defendemos, o doutor Paulo Macedo não reúne as condições para ser o presidente da Caixa Geral de Depósitos, é uma decisão do governo e o governo assume a sua responsabilidade", declarou, acrescentando que o Executivo socialista informou o PCP desta decisão.

 

O Governo convidou Paulo Macedo para presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Rui Vilar para 'chairman', tendo ambos aceitado os convites, informaram hoje as Finanças.

 

Em comunicado hoje emitido, o ministério de Mário Centeno indica que "o Governo decidiu convidar o doutor Paulo Macedo para CEO [presidente executivo] da CGD, tendo o convite sido aceite", e que "para 'chairman' [presidente do Conselho de Administração] da CGD foi convidado o doutor Emílio Rui Vilar, convite esse que também foi aceite".

 

Na nota, a tutela refere que o Governo está, em conjunto com Paulo Macedo e Emílio Rui Vilar, "a trabalhar na definição da composição do restante Conselho de Administração" da Caixa, reiterando que "o processo de nomeação do novo Conselho de Administração da CGD segue assim o seu curso normal".

 

A situação no banco público mereceu já hoje, na abertura do XX Congresso Nacional do PCP, uma posição do secretário-geral, Jerónimo de Sousa, que citou como maus exemplos "a resolução do Banif, o processo de nomeação da administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD)" ou "as opções de política económica, fiscal e externa".

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