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Partido "não é força de suporte do Governo", diz líder parlamentar do PCP

Num discurso muito aplaudido no congresso do PCP, a decorrer em Almada, João Oliveira voltou a lembrar os constrangimentos internos e externos do PS que podem travar a prossecução de uma política de resposta aos problemas dos trabalhadores.

Luis Costa/Correio da Manhã
03 de Dezembro de 2016 às 12:46
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O líder parlamentar do PCP declarou hoje que o seu partido "não se diluiu e não é força de suporte do Governo" do PS, "mantém independência e autonomia" para "retirar o máximo" e impedir "a política de direita".

"Não implicou a celebração de qualquer tipo de acordo de incidência parlamentar ou a constituição de uma pretensa maioria de esquerda. O PCP não está comprometido com o programa de Governo, não se diluiu e não é força de suporte do Governo. Mantém a sua independência e autonomia e toma suas decisões em função do que entende melhor servir os interesses dos trabalhadores e do povo", afirmou João Oliveira.

No início do segundo dia do XX Congresso comunista, o deputado do PCP defendeu que "o quadro político confirma que a solução encontrada não é a do PCP e está condicionada pela actual correlação de forças e pelos compromissos e opções que o PS mantém, não correspondendo aos objectivos" comunistas de "ruptura com a política de direita e a concretização de uma política alternativa, patriótica e de esquerda", frisando tratar-se de "um governo minoritário do PS com o seu próprio programa".

João Oliveira descreveu uma "realidade contraditória, em que as possibilidades de avanço, reposição e conquista de direitos enfrentam limitações e constrangimentos, que resultam dos compromissos e opções do PS em não romper com a política de direita, não enfrentar constrangimentos e condicionamentos externos e o domínio do capital monopolista".

"Vai-se tornando cada vez mais difícil para o Governo compatibilizar os constrangimentos internos e externos com uma política de reposição de direitos e resposta aos problemas dos trabalhadores e do povo", alertou.

Segundo o presidente do grupo parlamentar do PCP, "a questão que coloca não é de prazos ou adivinhação de prazos do quadro político existente, mas da necessidade de dar resposta aos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo e aos problemas do país".

"A questão fundamental que se coloca não é apenas a de evitar que PSD/CDS regressem ao poder, mas a de impedir que a sua política seja desenvolvida, seja pela mão de quem for, de PSD e CDS, seja pelo próprio PS", assegurou, garantindo que os comunistas vão "retirar o máximo desta relação de forças, conseguir tudo o que for positivo para trabalhadores e o povo".
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