Notícia
PS elogia tranquilidade dos comunistas mas exclui em absoluto saída do euro
A secretária-geral adjunta do PS afirmou hoje que o XX Congresso do PCP revelou o clima de "tranquilidade e paz social" do país, mas demarcou-se dos comunistas ao rejeitar em absoluto uma saída de Portugal do euro.
Posições assumidas por Ana Catarina Mendes no final do XX Congresso do PCP, em Almada, que se encontrava acompanhada pelo membro do Secretariado Nacional do PS Porfírio Silva.
"Creio que este congresso revelou aquilo a que temos assistido no país nos últimos tempos: Tranquilidade, paz social e convergência naquilo que é essencial. O PCP soube responder ao repto do PS para encontrar uma solução de Governo e tem apoiado essa solução de Governo em nome do princípio maior da melhoria das condições de vida dos portugueses", declarou Ana Catarina Mendes.
Logo a seguir a esta nota de convergência, a secretária-geral adjunta do PS demarcou-se de uma das conclusões mais importantes deste congresso do PCP, em que foi reafirmada a defesa da saída do euro.
"No PS, continuamos a acreditar no projeto europeu - um projeto de partilha entre os povos e os Estados na Europa. Para o PS, não está em cima da mesa nem a saída do euro, nem a saída do projeto europeu. Continuamos a defender a necessidade do reforço da Europa", vincou a secretária-geral adjunta do PS.
De acordo com Ana Catarina Mendes, dentro da União Europeia, Portugal tem sido capaz de "demonstrar que é possível um caminho alternativo ao da austeridade".
"Por isso mesmo, hoje, a Europa foi capaz de olhar para nós e concluir que não há sanções, não há suspensão de fundos e há aprovação do Orçamento do Estado para 2017. Isso é um estímulo à ação do Governo e do PS", considerou.
Interrogada sobre a exigência do PCP para que Portugal coloque em cima da mesa a questão da renegociação da dívida, Ana Catarina Mendes defendeu que esse tema "não está em cima da mesa".
"Não escondemos que a dívida é um problema que a todos deve preocupar e que no espaço próprio deve ser debatido", respondeu.
Confrontada com críticas proferidas por comunistas que classificaram o PS como um partido com políticas de direita, Ana Catarina Mendes disse que não encontrou neste congresso do PCP "mais divergências e críticas do que aquelas que são normais na identidade de cada um dos partidos".
"Encontrei sim um estímulo no sentido de fazer melhor na governação para melhorar as condições de vida dos portugueses", referiu a dirigente socialista.
Nas suas primeiras palavras perante os jornalistas, a "número dois" da direção do PS saudou o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, pela sua reeleição para o cargo, assim como o XX Congresso dos comunistas, que decorreu entre sexta-feira e hoje em Almada.
"Os momentos de congresso são sempre de vitalidade e de reforço dos próprios partidos. E nada melhor para uma democracia do que partidos muito fortes", completou Ana Catarina Mendes.
BE assinala "análise partilhada" sobre UE e problema da dívida
O dirigente bloquista Jorge Costa assinalou hoje que o BE partilha com o PCP a análise de que é essencial reestruturar a dívida e que o rompimento com o tratado orçamental deve estar em cima da mesa.
"Existe uma análise partilhada com o PCP no que diz respeito à União Europeia e à necessidade de reestruturação da dívida pública portuguesa, que é o desafio essencial da economia portuguesa neste momento", afirmou Jorge Costa, da Comissão Política bloquista, que integrou a delegação do BE à sessão de encerramento do XX Congresso do PCP, em Almada.
Jorge Costa saudou a reeleição de Jerónimo de Sousa como secretário-geral comunista, afirmando que o BE acompanhou os trabalhos do Congresso com "interesse e muito empenho" já que os dois partidos fazem parte da "solução política" que permitiu a viabilização do Governo PS.
Questionado sobre as conclusões do Congresso, que reclamou a libertação dos "constrangimentos do euro" e a renegociação da dívida como prioridades, Jorge Costa disse que o BE "defendeu sempre uma reestruturação da dívida" e que um cenário de rompimento com o tratado orçamental tem de estar em cima da mesa.
"Se encontrarmos o mesmo bloqueio, o mesmo muro de betão que foi posto ao desenvolvimento dos países da periferia do euro com a imposição de uma divida insustentável, então Portugal terá de fazer outras opções, terá de romper com o tratado orçamental e recuperar instrumentos essenciais como é o caso da política monetária e essa opção tem de estar em cima da mesa", disse.