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Jerónimo recusa ser "domesticado", mas compromete-se contra "política de direita"

O secretário-geral do PCP rejeitou esta sexta-feira que o partido esteja "domesticado", mas antes aberto a "tomar e assumir compromissos" contra a "política de direita", protagonizada por PSD/CDS e também PS.

Miguel Baltazar/Negócios
02 de Dezembro de 2016 às 12:00
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"Podem repetir até à exaustão a historieta do PCP domesticado que não nos impressionam. Como não impressionaram ninguém quando há meses, perante a perspectiva de uma solução que condenava o seu Governo à derrota, diziam exactamente o contrário, e levantavam, agitados, o espantalho do assalto ao poder pelo PCP e do regresso do PREC, com o PS a reboque", afirmou Jerónimo de Sousa, no primeiro de três dias do XX Congresso Nacional dos comunistas, em Almada.

 

O líder comunista declarou que o problema do seu partido "não está, nem nunca esteve, em tomar e assumir compromissos", pois "esse é problema que há muito está resolvido entre aqueles que estão na luta pela transformação social".

 

"Mas sim o de saber que compromissos? Compromissos para traficar princípios? Não fazemos! Desiludam-se também aqueles que esperam ver um PCP resignado à inevitabilidade da política de direita", assegurou, no Complexo Municipal dos Desportos "Cidade de Almada".

 

Jerónimo de Sousa recusou ainda o "argumentário fraudulento que é a pureza ideológica do PCP que está hipotecada nesta nova fase da vida política nacional".

 

"Isto é dito pelos mesmos que andam há anos cinicamente a diabolizar e estigmatizar o PCP, caracterizando-o como um partido fechado no seu gueto e incapaz de fazer e tomar um compromisso. Como nós os entendemos e como lhes dói a coerência e a eficácia da intervenção e da luta do PCP", congratulou-se. 

Para o secretário-geral comunista não há "ilusões" - "a vida dos trabalhadores e do povo avança com a sua luta e se o PCP for cada vez mais forte!".

 

"Podem os sectores da direita mais retrógrada e reaccionária, visivelmente desorientados com a sua crescente perda de influência e perante os avanços na reposição de rendimentos e direitos, vir expelir doses de veneno contra o PCP. Isso só confirma a justeza do rumo que traçamos para servir os interesses dos trabalhadores e do povo", garantiu.

 

O líder do PCP disse que o partido vai continuar a intervir, "com consciência plena das contradições e exigências da nova fase da vida política nacional (...), determinado pelos seus compromissos com os trabalhadores e o povo e pela avaliação que a cada momento faz do conteúdo da política prosseguida".

 

"A questão fundamental que se coloca não é apenas a de evitar que PSD ou CDS regressem ao poder, mas sim impedir que a sua política, que o povo inequivocamente condenou nas eleições de outubro, seja desenvolvida por estes partidos ou pelo PS, e criar as condições para a concretização da política patriótica e de esquerda", disse.

(Notícia actualizada às 12:29 com mais informação)

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