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Paulo Macedo é "muito competente" mas isso "não é suficiente"
Para o líder do PSD, não se pode passar uma esponja sobre os últimos acontecimentos na Caixa. E, sublinhou, a competência de Paulo Macedo não chega, por si só, para assegurar o futuro do banco público.
"É um nome que nós conhecemos bem, eu em particular, porque foi meu ministro durante vários anos, uma pessoa muito competente e muito capaz e tive ocasião de lhe desejar o melhor mandato possível", afirmou Passos Coelho aos jornalistas, à chegada à Convenção Autárquica do PSD de Viseu.
Apesar de a competência de Paulo Macedo ser "importante para a Caixa Geral de Depósitos e para o país", "isso não implica que seja passada uma esponja sobre o que se passou ao longo de todo este ano", disse. "E, só por si, não é suficiente para nos garantir que o futuro da Caixa está assegurado", frisou Passos Coelho.
O líder do PSD reiterou serem necessários os "esclarecimentos que tardam em ser feitos pelo Governo sobre o que se passou ao longo deste ano, o que é grave".
"O Governo tem este hábito de não dar explicações e depois patrocinar notícias de jornal como se isso resolvesse o problema da responsabilidade política e do
dever de explicação e de informação ao país", criticou, acrescentando que o que sabe por notícias de jornal não o deixa tranquilo.
Aludindo ao semanário Expresso, que hoje noticiava que "Macedo entra na CGD com 3 mil milhões de prejuízo", o antigo primeiro-ministro disse ser altura de, "mais uma vez, exigir esclarecimentos muito rápidos do Governo".
"A nomeação do Dr. Paulo Macedo não apaga a necessidade que o Governo tem de explicar muito bem o que se passou, o que se está a passar e o que se vai passar para futuro", sublinhou.
Na sua opinião, o que se passou na CGD é "um desastre político e a nomeação de Paulo Macedo ou de qualquer outra personalidade" não o apaga. "É importante que as perguntas que têm sido feitas sejam respondidas, que nós possamos saber exactamente o que é o plano de recapitalização", afirmou, dizendo desconfiar que "não há plano de coisa nenhuma".
No seu entender, o que existe é "um acordo de princípio com a direcção geral de concorrência em Bruxelas, mas não existe materialmente nenhum plano que tenha sido aprovado". "Não sabemos ainda quais são as necessidades de capital e vamos sabendo através dos jornais, por fontes que não sabemos javascript:;quais são, eventualmente o que são prejuízos a reconhecer ainda durante o ano de 2016, sem percebermos que origem é que tem, o que é que os motivou. Isto não é uma forma séria de tratar nem a CGD, nem o país", considerou.