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Passos: Se PM insistir em nada dizer sobre a Caixa, será "desrespeito para com portugueses"

O líder do PSD exigiu explicações ao primeiro-ministro sobre a demissão da administração da Caixa Geral de Depósitos, sublinhando que será "puro desrespeito para com os portugueses" se António Costa insistir em nada dizer.

Paulo Duarte
28 de Novembro de 2016 às 23:56
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"Mas o primeiro-ministro acha que pode não dar uma explicação a Portugal e aos portugueses sobre o que se está a passar no maior banco público?", questionou esta segunda-feira o presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, numa intervenção no encerramento das "Jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão", organizadas pelo partido a propósito do Orçamento do Estado para 2017.

 

Falando num hotel em Lisboa, Passos Coelho sublinhou que, por mais que custe a António Costa, ele deve essa explicação e, caso insista em não a dar, "então já não se trata de uma questão nem de sobranceria, nem de uma questão de estilo, nem de habilidade, trata-se de puro desrespeito para com os portugueses".

"Está tudo errado desde o princípio, espero que o Governo e o primeiro-ministro aproveitem bem a oportunidade que agora têm de fazer tudo diferente porque a Caixa Geral de Depósitos não deve andar na praça pública como andou, mas não me venham dizer que os problemas da Caixa se devem à oposição e ao PSD", disse, pedindo um "bocadinho de decoro".

 

Porque, acrescentou, a oposição e o PSD só pediram que se cumprisse a lei. "Devia haver uma maneira de fazer a recapitalização da Caixa, cumprir a lei e ter decência política e democrática, combinações que parecem não abundar nesta solução do Governo", argumentou o líder do PSD.

 

Antes, Passos Coelho, que se referiu à polémica da Caixa como "um caso inaudito", já tinha recusado a solução e "hábito" do Governo de pedir a "uma espécie de porta-vozes informais" que expliquem nas televisões e nos jornais o que se passou.

 

"O ministro nunca disse nada que prestasse sobre esta matéria, o primeiro-ministro nem hoje deu uma explicação aos portugueses e ao país. O presidente da Caixa, esse não nos passa a confiança de explicar mesmo seja o que quer que fosse. A nossa pergunta é legítima, demitiram-se porquê?", interrogou.

 

Pois, continuou, a explicação que é avançada pelos "porta-vozes informais" é que se demitiam porque não estavam na disposição de entregar as declarações de património e rendimento ao Tribunal Constitucional.

 

Contudo, notou, hoje foi anunciado que afinal tinham apresentado as declarações. "Não há-de ser essa a razão, essa não pode ser a razão. Então qual é a razão?", insistiu.

 

Nas notas que deixou sobre a Caixa Geral de Depósitos, Passos Coelho recordou ainda que, até agora, o anterior Governo, liderado por si, foi o único Executivo que capitalizou a Caixa Geral de Depósitos.

 

"Este [Governo] está cheio de conversa, há um ano que a gente houve a conversa, não sei quanto mais tempo ela vai durar, pelo andar da carruagem ainda vai durar até ao Verão do próximo ano, era uma coisa urgentíssima, muito necessária, mas que nunca é feita, conversa não falta", declarou.

 

Antes de Passos Coelho, também o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, tinha falado sobre a polémica da Caixa, acusando o primeiro-ministro de "sacudir a água do capote".

 

Luís Montenegro recusou ainda as acusações de que o PSD está a querer politizar a Caixa, sublinhando que o PSD não pode estar em silêncio nem "assobiar para o lado".

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