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Passos Coelho diz que Governo se envolveu numa "trapalhada muito grande" com a CGD

O presidente do PSD acusou hoje o Governo de se ter envolvido numa "trapalhada muito grande" no processo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), considerando existir obstrução para que se apure a verdade neste caso.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, lamentou a morte do antigo Presidente da República, que classificou como 'um grande democrata' e 'um político polémico'. 'É um dia triste para todos os portugueses', referiu Passos Coelho, à margem de uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos. Para Passos Coelho, 'será impossível' escrever a História de Portugal das últimas dezenas de anos 'sem nelas encontrar referências múltiplas à intervenção política de Soares, em muitas ocasiões decisiva'. 'Como um grande democrata que foi, o doutor Mário Soares foi também um político polémico, que combateu pelas suas ideias, há de ter feito muitos amigos, terá tido também com certeza muitos adversários ao longo de todos estes anos', acrescentou.
Passos Coelho endereçou uma mensagem de 'sentido pesar' à família e uma mensagem 'de condolências' ao PS, partido de que Mário Soares foi fundador.
14 de Fevereiro de 2017 às 15:17
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"O Governo quis fazer uma retórica que não corresponde à verdade dos factos, nem sobre o que se passa na Caixa nem sobre as necessidades que poderiam determinar a sua recapitalização, e envolveu-se numa trapalhada muito grande", afirmou Pedro Passos Coelho aos jornalistas em Torres Vedras.

O social-democrata pediu transparência neste processo, ao defender que "tem havido relutância, para não dizer alguma obstrução, para que se apure a verdade".


"A maioria tem-se oposto a que a verdade seja conhecida dos portugueses por via da Comissão Parlamentar de Inquérito", sustentou.

Pedro Passos Coelho disse esperar que, após a conferência de imprensa do ministro das Finanças e de o primeiro-ministro ter reiterado a confiança em Mário Centeno, o país "não fique dispensado de perceber o que se passou". Por isso, o PSD vai pedir esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito.


É indispensável perceber "porque é que estamos há um ano sem a Caixa ter uma administração que possa gerir com sentido estratégico o banco, porque é que o nível de recapitalização com mais cinco mil milhões de euros é necessário, quais foram os prejuízos que determinaram essas necessidades de recapitalização, quando é que essas decisões foram tomadas, em que termos foram tomadas e em que medida os prejuízos afectam o défice público", defendeu.

Para o líder da oposição, as declarações do ministro das Finanças e do primeiro-ministro "não foram convincentes". "Era mais fácil dizer que o Governo esteve empenhado em criar um regime à medida das exigências que os administradores colocaram ao Governo, que aprovou um decreto-lei à medida, o que significa que o ministro aceitou negociar condições que não são negociáveis e aceitou colocar o Estado numa condição de menoridade", argumentou.


O líder dos sociais-democratas não quis ainda comentar a nota emitida ontem pelo Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa ouviu António Costa que lhe adiantou manter a confiança no ministro das Finanças. Nesse sentido, o Presidente da República decidido aceitar essa posição "atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira".

Além de ter ouvido António Costa, "o Presidente da República recebeu, a pedido do senhor primeiro-ministro, o senhor ministro das Finanças, que lhe deu conhecimento prévio da comunicação que iria fazer ao país".


Passos Coelho, que falava à margem de uma visita às empresas de produção de máquinas agrícolas Joper e Tomix, em Torres Vedras, apontou ainda que Mário Centeno está numa situação de "enorme fragilidade".

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